A palavra de ordem no mundo corporativo é inovação. Mas como incentivar os funcionários a aprenderem a utilizar habilidades, práticas e mentalidades que resultarão em inovação? Montar times de inovação é um dos grandes desafios encontrados pelas grandes organizações.
Com a constante inserção de tecnologia nas empresas, a concorrência e a mudança de perfil dos consumidores, a transformação digital tornou-se uma peça-chave para o sucesso. Clientes passaram a ser mais exigentes e críticos em relação a tudo o que recebem e procuram, tendo maior acesso a informações e opções de produtos e/ou fornecedores.
Como, então, montar um time de inovação capaz de criar oportunidades?
Um dos caminhos é o proposto por Dan Seewald, ex-chefe de inovação mundial da Pfizer, empresa onde implementou o programa Dare To Try. Com uma metodologia aplicada a mais de 70.000 funcionários para que conseguissem desenvolver novas ideias e assumir riscos ponderados por meio da experimentação.
Aplicar uma metodologia criativa de resolução de problemas, com um design de inovação capaz de criar cultura e capacidades, é o que acredita os “Campeões da Inovação”.
O incentivo à experimentação dos times de inovação
Nos quatro anos desde o seu início, o programa Dare to Try tornou-se responsável por encontrar soluções criativas para muitas das dificuldades e enigmas que a Pfizer encontrava.
Afinal, não é segredo que grandes corporações multinacionais podem ter dificuldade em incentivar a experimentação, uma vez que possuem milhares de funcionários espalhados em escritórios e laboratórios em todo o mundo.
A noção geral corporativa acredita que a cultura deveria descer do topo para baixo, o famoso top-down, mas não era isso que pensava Dan Seewald.
E se a Pfizer ignorasse a necessidade de aberturas dos chefes da empresa em geral e estimulasse os funcionários a experimentar coisas novas em um programa proativo, estruturado nas bases?
O resultado deste experimento, foi este programa para toda a empresa, que usa várias ferramentas, sessões de treinamento e uma rede de “Campeões de Inovação” com o objetivo de falhar livremente até que o sucesso seja encontrado.
Em uma entrevista concedida ao webinar CorporateUp Champions o Líder de Inovação, Seewald salienta que Dare to Try foi uma inovação em si – o projeto “não aconteceu da noite para o dia”, mas emergiu como o produto de uma abordagem descentralizada.
Seewald acredita que a princípio isso foi benéfico, mas que o sucesso do programa se deve à gradual centralização de seus esforços. Caso contrário, observa ele, “você só tem culturas concorrentes dentro de uma organização”.
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Desenvolver potencial e aperfeiçoar habilidades
Dan Seewald costumava ser um treinador de luta livre (wrestling) e afirma ter se inspirado nessa prática para construir a dinâmica dos campeões de inovação. Isso porque não há uma abordagem única que sirva para todos os times de inovação, mas sim uma série de princípios para ajudar os outros a desenvolverem seu potencial e aperfeiçoar suas habilidades.
Tudo se resume a fazer três coisas continuamente:
- Criação de perfil e atração: metodologia para garantir o recrutamento dos perfis mais adequados para essa função e para que o programa seja configurado para o sucesso.
- Treinamento e desenvolvimento: os campeões de inovação precisam ser treinados de forma colaborativa, onde possam operar e se destacar de maneira independente.
- Engajar e reter: muitas vezes as empresas se concentram no entusiasmo dos workshops e no recrutamento, esquecendo-se de investir no trabalho contínuo necessário para manter os campeões motivados. Não fazer o trabalho diário pós-seminário resultará em uma alta taxa de atrito e prejudicará o programa como um todo.
Características dos times de inovação
Os membros da rede de campeões da Pfizer são convocados pelas equipes locais para superar as prioridades e os objetivos à medida que eles surgem no horizonte. A Pfizer tem uma rede ativa de 500 campeões em todo o mundo, cujos objetivos são acelerar times de inovação diariamente. Para isso, as pessoas envolvidas precisam:
- Ter um espírito empreendedor, que se resume a uma disposição para assumir riscos.
- Ser um solucionador de problemas altamente curioso e persistente.
- Ter um dom para facilitar e liderar discussões e ser ouvintes ativos.
- A capacidade de se interessar pelos desafios de outras pessoas.
Os campeões ajudam as equipes a identificar problemas e oportunidades e, com sorte, encontram uma solução inovadora.
O processo contínuo de manter uma cultura corporativa experimental
Além das soluções de brainstorming para problemas práticos, como o descrito acima, os campeões da Pfizer realizam programas de treinamento e atuam como “evangelistas” gerais dentro da organização, fazendo o trabalho conjunto de enaltecer a inovação e incentivar uma cultura de experimentação.
A abordagem exclusiva da Pfizer para a fixação de uma cultura empresarial nesses moldes tornou-se uma característica marcante da empresa e um ponto de orgulho para ela.
Os ajustes para o programa continuam sendo feitos, como por exemplo, estipular aos participantes da rede que dediquem de 5 a 10% de seu tempo ao Dare to Try. Esta medida faz parte do processo contínuo de manter uma cultura corporativa experimental.
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