A importância do uso de dados para gerar impacto positivo

Sumário

O uso de dados para impacto é crucial para organizações que trabalham hoje com essa perspectiva. Mas qual é a importância e o ponto principal, como levar isso para dentro da empresa? É o que você confere neste artigo!

Crescimento do uso de dados por organizações de impacto

O uso dos dados para a geração de eficiência e inteligência tem se expandido globalmente, variando a escala desse uso, organização a organização, mas sempre com o mesmo fim: a ampliação de resultados com o menor investimento de recursos possível.

Organizações que usam dados como figuras centrais em seus processos de tomadas de decisões consolidaram o que chamamos hoje de gestão data driven. Ou seja, uma gestão pautada em evidências. É por isso que, diariamente, crescem:

  1. O volume de dados coletados;
  2. A velocidade de geração desses dados;
  3. A variedade de dados disponíveis;
  4. A veracidade dessas informações; e
  5. O seu potencial de geração de valor para organizações.

De acordo com a IDC (International Data Corporation), em 2020, mais de 64 zettabytes de dados foram gerados no mundo (6.4 trilhões de gigabytes). Estima-se que, em 2025, esse valor atingirá a marca dos 175 zettabytes. E é muito provável que esse número continue crescendo ao longo dos anos!

Neste contexto, o papel dos dados tem se mostrado cada vez mais crucial também para organizações que trabalham com impacto. Portanto, aquelas que procuram gerar resultados que vão além do lucro financeiro.

Alguns exemplos dessas organizações são negócios de impacto, startups de impacto, institutos, fundações, empresas com frentes ESG, governos, entre outras.

É inevitável que todos esses atores busquem fazer uso dos dados como ferramenta para promover a potencialização das transformações que geram e visam gerar em seu público-alvo. Seja ele uma parcela da sociedade ou o meio ambiente.

Como tangibilizar o impacto socioambiental atrás de dados?

Tangibilizar o impacto socioambiental através de dados é algo complexo, mas não é impossível. Os próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), base da Agenda 2030 da ONU, mostram que esse movimento pode e deve acontecer.

Cada um dos 17 objetivos se transformaram em uma série de metas a serem batidas até 2030. Além disso, os ODS também ressaltam a importância de colaborarmos de maneira global para atingir tais metas, destacando que é necessária uma grande rede, composta por atores diversos e articulados entre si, para que possamos de fato mitigar os problemas socioambientais complexos e críticos que enfrentamos enquanto sociedade e planeta.

Os dados impulsionam os resultados de organizações de impacto

Para que organizações de impacto ou que trabalham com impacto possam direcionar efetivamente seus recursos e esforços para causas sociais ou ambientais, é necessário um aprofundamento das necessidades e dos desafios enfrentados pelo público que estão tentando ajudar.

Isso porque é muito difícil gerar impacto positivo e inovação sem um mergulho na realidade de quem será beneficiado. Caso isso não seja feito, é possível que organizações direcionem muitos esforços para tentar solucionar problemas de maneiras que não trarão resultados positivos e expressivos.

Os dados, por sua vez, trazem essa compreensão da realidade, que serve de ponto de partida para o desenho de estratégias coerentes e efetivas. Em outros termos: são recursos ricos para a etapa de planejamento de organizações de impacto ou que trabalham com impacto, seja do modelo de negócio, de programas ou até de projetos e ações pontuais.

Mensurar e avaliar o impacto real

Do mesmo modo, os dados são fundamentais para mensurar e avaliar o impacto real da execução desse planejamento. Ao trabalhar com impacto, é muito importante que organizações assumam o compromisso de medi-lo, apresentando dados sólidos que comprovem os resultados gerados, como a melhoria das condições de vida das pessoas atendidas ou a redução das emissões de carbono, por exemplo.

Ainda é comum e recomendado que organizações estabeleçam metas relacionadas à sua contribuição para questões socioambientais, como redução da pobreza, acesso à educação ou mitigação das mudanças climáticas.

Dados para prestação de contas

Os dados também desempenham um papel vital na prestação de contas e na transparência. São componentes importantíssimos para organizações que trabalham com impacto, a documentação e a comunicação de seus resultados de maneira periódica e confiável, por exemplo.

Isso cria confiança entre os investidores, clientes e outras partes interessadas. O que, por outro lado, pode atrair mais apoio financeiro e recursos para suas ações, bem como contribuir para a visibilidade e a difusão da causa defendida pelas organizações, ampliando o engajamento de atores em torno dela.

Identificação de oportunidades de melhoria contínua

Por fim, outra aplicação envolvendo a inteligência gerada pelos dados é a identificação de oportunidades de melhoria contínua. Ao analisar regularmente seus dados, organizações podem ajustar suas estratégias e operações, com base em evidências concretas, maximizando então seu impacto ao longo do tempo.

Projetos e programas podem ser criados, priorizados ou mesmo descontinuados, sempre focando no que irá gerar mais resultados positivos para o público atendido.

Em resumo: para organizações que trabalham com impacto, os dados são a base que sustenta estratégias para criar mudanças positivas e significativas em questões sociais e ambientais. Isso permite alcançar objetivos de maneira eficaz e mensurável.

Como usar dados? Etapas importantes

É claro que o caminho para se instalar uma estrutura eficiente de dados varia de acordo com a realidade de cada organização. Com seus objetivos, sua urgência e sua disponibilidade de recursos financeiros, tecnológicos e humanos.

Todavia, existe um passo a passo básico e fundamental para que essa estrutura, de fato, gere valor e contribua para a ampliação do impacto socioambiental pretendido. Esse fluxo consiste em quatro etapas, detalhadas a seguir.

Estratégia de dados: desenhando horizontes

O primeiro passo para se fazer um bom uso de dados para a potencialização de impacto socioambiental é o desenho de uma boa estratégia. Isso significa ter sistematizado, de forma clara, quais objetivos de curto, médio e longo prazo a organização deseja atingir em termos de impacto positivo; quais atividades irá desempenhar para atingi-los; e por meio de quais indicadores de impacto eles serão medidos. Parte-se, normalmente, do desafio social ou ambiental que a organização deseja ajudar a reduzir – que muitas vezes está atrelado a algum Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A partir de um objetivo de longo prazo, uma ferramenta interessante para construir o mapa lógico, por meio do qual a organização será capaz de atingi-lo, é a Teoria da Mudança

Essa ferramenta organiza, de forma visual, o caminho que a organização deve percorrer para que o impacto seja gerado. Também é um ponto de partida interessante para o desenho de indicadores de impacto. Ou seja, de métricas e medidas que serão capazes de evidenciar se os resultados pretendidos pela organização estão realmente sendo atingidos.

Existem variações de quadros da Teoria da Mudança, mas uma sugestão está disposta abaixo.

O conjunto de objetivos de impacto, atividades e indicadores consolida a estratégia de uma organização. Essa estratégia direciona quais dados serão coletados e analisados.

Geração de dados: coletando informações relevantes

A partir de uma estratégia em mãos, parte-se para a geração de dados. Uma das principais fontes de informação são os dados primários, que provém, por exemplo, da aplicação de pesquisas, da geração de dados por sistemas e da condução de entrevistas em profundidade com as comunidades atendidas pelas organizações de impacto.

Estes dados são chamados de primários porque são gerados especificamente para o que serão aplicados. Também por isso, costumam exigir métodos mais caros, personalizados e complexos – mas levam a resultados mais minuciosos e efetivos.

Um caminho mais simples e barato, porém mais limitado, é o uso de dados secundários. Ou seja, dados gerados por terceiros ou pela própria organização, mas originalmente para outro fim. Exemplos são as bases de dados públicas e relatórios de organizações.

Dado o contexto, duas questões importantíssimas precisam ser levadas em consideração no momento da estruturação da geração de dados.

  1. A primeira delas é que os dados precisam ser suficientes para o acompanhamento dos indicadores de impacto desenhados para a organização, e sua integridade, qualidade e confiabilidade devem ser preservadas.
  1. A segunda questão é que dados são informações extremamente valiosas e sua segurança deve ser priorizada. Para tal, é necessário obter o consentimento informado das pessoas detentoras dos dados para a aplicação desejada, manter os dados em local seguro e garantir a transparência na sua utilização.

Frequentemente, para organizações que trabalham com impacto, esse esforço vem em dobro. Isso ocorre porque muitas informações relativas a transformações sociais consistem em dados sensíveis.

Mensuração e avaliação: checando o impacto dos resultados gerados

Após a geração adequada de dados, introduz-se o conceito de mensuração e avaliação de impacto. Essa metodologia consiste em medir e avaliar o impacto através dos dados, sejam eles qualitativos ou quantitativos, o que viabiliza a gestão do impacto.

De acordo o Giin (Global Impact Investing Network), gerir impacto vai muito além da etapa de mensuração. Envolve uma análise aprofundada de onde e como um investimento pode ser melhor alocado, de forma a ampliar o impacto a ser gerado por uma determinada organização.

Essa gestão se sustenta através de ciclos periódicos de mensuração e avaliação de impacto, em que o resultado dos indicadores de impacto é medido e comparado com metas internas da organização ou mesmo resultados apresentados por terceiros.

Esses ciclos validam o alinhamento entre os resultados esperados e os resultados obtidos, e direcionam a tomada de decisões da organização. Resultados que se mostram muito aquém do esperado ressaltam potenciais pontos de melhoria. Além disso, os dados podem ser explorados de maneira minuciosa para que hipóteses sejam desenhadas e testadas, a fim de ampliar o impacto da organização em próximos ciclos.

Planos de ação: partindo para a mão na massa!

Não basta gerar, medir e avaliar dados se isso não leva a movimentos que resultem em melhorias no funcionamento da organização, certo? Logo, todos esses aprendizados precisam resultar na construção de planos de ação.

Esses planos de ação consistem no desenvolvimento de produtos e serviços, na implantação de melhorias em processos, na criação de projetos internos, todos eles direcionados à expansão do impacto.

Existem diversas ferramentas para organizar, priorizar e acompanhar os planos de ação. Por exemplo, os OKR’s (Objectives and Key Results). Objetivos amplos podem ser definidos, acompanhados e mensurados por resultados-chave, que ainda podem ser desdobrados em projetos e iniciativas – todos eles atribuídos a pessoas responsáveis.

Comunicação: compartilhando com o mundo

Por último, compartilhar os resultados com investidores, clientes, beneficiários e demais stakeholders é um bom passo para o fechamento de um ciclo de mensuração e avaliação. 

Os resultados obtidos, sejam eles quantitativos (indicadores de impacto) ou qualitativos, podem e devem ser comunicados, reforçando o impacto que a organização gera e deseja gerar, além de ajudar a comprovar que ela está no caminho certo e se preocupa em medi-lo.

Uma boa comunicação pautada em dados necessita de um storytelling bem estruturado, apresentando o problema que a organização busca resolver, o que fez no último período para isso, quais resultados gerou e que sustentam a contribuição para a resolução do problema.

Esse movimento ajuda a organização a:

  • Mostrar a investidores que seu investimento tem retorno socioambiental positivo;
  • Conquistar novos clientes frente a concorrentes;
  • Mobilizar mais pessoas que possam se beneficiar de projetos e programas;
  • Engajar a comunidade em torno da causa defendida.

Tendências de tecnologia para uso de dados de impacto

Com o surgimento de novas tendências na área da tecnologia, incluí-las na gestão de dados de organizações que trabalham com impacto é uma forma de ganhar eficiência e escala. Medir e ampliar o impacto socioambiental por meio de tecnologias como inteligência artificial e produtos digitais é uma abordagem promissora que está ganhando cada vez mais atenção.

Desenvolver e utilizar aplicativos e plataformas digitais voltados para resolver problemas socioambientais podem tanto gerar impacto quanto contribuir para sua mensuração. Essas aplicações podem armazenar dados preciosos sobre pessoas usuárias e ser aplicados para o cálculo e o acompanhamento de indicadores de impacto. Por exemplo, uma plataforma de educação gamificada pode guardar dados a respeito da evolução de alunos em conhecimentos específicos abordados na plataforma.

A Inteligência Artificial (IA) e o uso de dados

A Inteligência Artificial (IA) está sendo utilizada para diversas aplicações envolvendo dados. Em cenários em que o volume e a diversidade de informações são grandes, a IA se torna bastante interessante para a condução de análises aprofundadas, capazes de identificar gargalos e oportunidades para organizações de impacto.

Um exemplo disso é sua aplicação para consumir e analisar dados diversos referentes à saúde de populações em situação de vulnerabilidade, como prontuários médicos, aquisição de remédios, entre outros. Essa análise pode levar à identificação de oportunidades de desenvolvimento de novos negócios de impacto, de investimentos ou até de políticas públicas.

Dentro da IA, temos ainda a Inteligência Artificial Generativa, que vem recebendo bastante atenção principalmente desde o lançamento do ChatGPT. Seu uso viabiliza a geração de imagens, áudios, textos e até mesmo vídeos, a partir de instruções definidas pelo usuário.

Dentro do contexto de impacto, a IA Generativa está sendo usada, por exemplo, para conduzir uma análise de sentimento de textos e áudios gerados a partir de falas do público-alvo de projetos de impacto social (por meio de entrevistas em profundidade). Isso permitiria que as pessoas gestoras entendam de maneira ainda mais aprofundada qual é a dor que esse público vive, viabilizando a criação de iniciativas ainda mais efetivas.

Essas são apenas algumas das diversas formas por meio das quais a tecnologia anda sendo explorada para trabalhar e analisar dados de impacto socioambiental, instrumentalizando as organizações com informações potentes para tomar decisões que gerem transformações positivas.

Como os dados contribuem para um mundo melhor?

Os dados, se utilizados de forma ética e justa, desempenham um papel fundamental na construção de um mundo melhor. Eles são uma ferramenta valiosa, que tem o potencial de impulsionar mudanças significativas e positivas na sociedade e no meio ambiente. 

Dados permitem que indivíduos, organizações e governos tomem decisões mais informadas. Isso é crucial em, principalmente quando falamos em impacto socioambiental, porque nesse setor, o resultado muitas vezes beira o abstrato e, por isso, se sustenta majoritariamente por impressões e instinto – o que afeta diretamente a eficácia de iniciativas.

O uso da análise de dados como ferramenta permite que inovações de impacto socioambiental sejam idealizadas e implementadas com base em evidências, gerando resultados positivos.

Além disso, muitos dos desafios enfrentados pelo mundo, como as mudanças climáticas e a pobreza, são complexos e multifacetados. Os dados fornecem informações detalhadas que podem ser usadas para compreender as variáveis envolvidas nesses problemas globais e desenvolver estratégias mais eficazes para enfrentá-los de maneira colaborativa e coletiva.

Os dados servem ainda para identificar problemas sociais e suas causas. Isso pode levar à conscientização e à junção de esforços para resolvê-los. A análise de dados também desempenha um papel essencial na mitigação das mudanças climáticas e na promoção de práticas sustentáveis.

Exemplo prático: a atuação da Semente no segmento de dados para impacto

Dentro da Semente, trabalhamos com indicadores de impacto robustos e são esses indicadores que nos permitem compreender:

  • O quão diversas são as pessoas empreendedoras que são beneficiadas pelos nossos programas;
  • O quanto nossos programas contribuem para a evolução de conhecimentos, habilidades e atitudes empreendedoras das pessoas beneficiárias;
  • Como temos sido capazes de apoiar o desenvolvimento de negócios que trabalham com impacto;
  • Qual valor entregamos não só para nossos clientes, como também para nossas pessoas beneficiárias.

Todos esses esclarecimentos nos apoiam a desenhar programas mais inclusivos e adequados às necessidades das pessoas atendidas; a revisar metodologias para que sustentem da melhor forma o desenvolvimento sustentável de negócios; a contratar um time diverso e qualificado para atender as dores vividas por pessoas empreendedoras; a implementar melhorias nos conteúdos que entregamos com programas, entre tantas outras atividades que são centrais no impacto que geramos e buscamos gerar por meio da nossa atuação.

Saiba mais sobre o impacto gerado pela Semente através dos dados baixando o nosso relatório de impacto de 2022. Acesse já!

Link para download do relatório: https://conteudo.sementenegocios.com.br/publicacao-de-impacto-2022

Dicas para adotar uma abordagem em dados

Saiba como adotar uma abordagem de dados e aplicar no dia a dia da sua startup ou grande organização.

Uso de dados por negócios e startups de impacto

À medida que negócios e startups de impacto buscam criar soluções inovadoras para desafios sociais e ambientais, os dados se tornaram valiosos para desenhar estratégias, tomar decisões informadas e medir o impacto.

Esses recursos podem apoiar os negócios e startups a aprofundar seu entendimento do problema socioambiental trabalhado, identificar oportunidades de mercado e reduzir a incerteza atrelada ao seu modelo de negócio. Os dados também são uma ótima ferramenta para comunicar seu impacto de forma clara e objetiva, viabilizando a disseminação de informações a respeito da sua atuação, a captação de novos clientes e ainda a atração e a prestação de contas a investidores e financiadores, sobretudo com o crescimento de organizações que trabalham diretamente com investimentos de impacto.

É comum que negócios e startups de impacto acreditem que ainda não é o momento para investir em gestão de dados e mensuração de impacto, visto que estão muito focados em validar seu modelo de negócios e fortalecer sua presença no mercado. Portanto, é importante que essas organizações saibam que é possível e estratégico trabalhar com dados sem que isso consuma recursos demais.

A seguir, deixamos algumas dicas para negócios e startups que desejam utilizar dados para potencializar seu impacto socioambiental.

Construa uma Teoria da Mudança

Trabalhe em cima de um problema socioambiental real e valide que o impacto que seu negócio ou startup deseja gerar é possível por meio do seu modelo de negócios.

Desenhe indicadores de impacto

Elabore indicadores simples que apresentem de forma geral a escala da sua transformação. Um exemplo que, apesar de superficial, é fácil de medir, é o número de pessoas beneficiadas diretamente pelo negócio.

Aproveite ferramentas que o negócio já usa

É possível que o time já faça uso de sistemas e ferramentas que geram dados ou têm a capacidade de ser utilizados para coletar dados. Faça um melhor uso deles para consolidar os principais dados de impacto da organização.

Não invista em uma equipe grande e especializada em dados

Lembre-se: a mensuração não pode ser cara, a ponto de consumir recursos demais da operação do negócio ou startup. Por isso, invista em fortalecer uma cultura orientada a dados e não em ter um time especializado.

Dobre sua atenção à proteção de dados

Ao trabalhar com coleta de dados, tenha certeza que a organização possui permissão para tratá-los, utilizá-los e guardá-los em um local seguro e restrito a colaboradores do negócio ou startup. Na dúvida, leia sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Comunique os resultados

Faça uso dos dados de impacto no site, em postagens em redes sociais e em propostas comerciais.

Projeto Horizonte

Na Semente, abordamos conteúdos sobre Teoria da Mudança e indicadores de impacto em oficinas e consultorias nos programas que apoiam negócios de impacto.

Um exemplo disso foi o Projeto Horizonte, uma iniciativa Vale com execução da Semente Negócios, que capacitou pessoas empreendedoras de 9 territórios mineiros a desenvolverem seus negócios, visando gerar fontes sustentáveis de emprego e renda, ampliando a diversificação econômica e diminuindo a minério-dependência das regiões.

Dentre as 5.600 horas de consultoria individual e as 222 horas de conteúdos, as pessoas consultoras apoiaram 40 negócios a desenhar sua Teoria da Mudança e elaborar indicadores de impacto viáveis e relevantes para o monitoramento do impacto gerado pelos negócios.

Você pode conferir mais detalhes sobre esse projeto na nossa Publicação de Impacto 2022.

Uso de dados por pessoas consultoras que apoiam negócios e startups de impacto

Pessoas consultoras precisam ter a habilidade de orientar pessoas empreendedoras a tomar decisões que levem ao sucesso de seu negócio ou startup. E para uma orientação adequada, é muito importante ser capaz de identificar tendências, analisar o mercado, avaliar cenários financeiros, acompanhar resultados de desempenho, interpretar dados de marketing, entre outras atividades.

Para tudo isso, os dados se mostram como grandes aliados, por serem uma sólida fonte de conhecimento, se tornando direcionadores de decisões estratégicas. Do mesmo modo, as pessoas consultoras também se beneficiam de competências voltadas para o suporte ao desenho de uma estratégia de dados, apoiando negócios e startups de impacto com métricas e indicadores que, acompanhados periodicamente, podem trazer insumos sobre o desempenho da organização. Isso inclui os próprios indicadores de impacto.

Abaixo, deixamos algumas dicas para pessoas consultoras que desejam utilizar dados para apoiar negócios e startups de impacto.

Consolide fontes de dados confiáveis

Na época da desinformação, tomar nota de fontes de dados que de fato sejam confiáveis e relevantes é essencial para manter-se atualizado e, com isso, orientar adequadamente pessoas empreendedoras frente às principais mudanças do mercado.

Atualize-se sobre tendências de tecnologia

O uso da tecnologia vem se expandindo cada vez mais e ela é um recurso extremamente rico e estratégico para negócios e startups que desejam se destacar no mercado. Por isso, esteja por dentro das tendências e saiba aproveitá-las para apoiar pessoas empreendedoras na identificação de oportunidades.

Procure ampliar seu letramento em dados

Entender e saber falar sobre dados é importante. Não é preciso saber conduzir análises robustas de dados. Mas é relevante saber quais benefícios a Inteligência Artificial, o Blockchain e o Big Data podem gerar para negócios e startups de impacto.

Aprofunde seus conhecimentos sobre os principais indicadores e métricas de negócios

Muitas vezes, reinventar a roda não é necessário. Já existe uma série de métricas e indicadores validados e usados amplamente por negócios. Saiba quais são eles e porque são importantes para o acompanhamento da evolução de um negócio ou startup.

Aproprie-se da Agenda 2030 da ONU

Atualmente, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são peças-chave e centralizadoras no setor de impacto. Por isso, entenda o que é a Agenda 2030, aprofunde nos objetivos e metas e compreenda como organizações têm atuado em prol do seu atingimento.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU traçam metas que ajudam a mapear ações cujos dados para o impacto são cruciais, principalmente na etapa de comprovação e divulgação de atividades.

Uso de dados por grandes organizações que trabalham com impacto

Grandes organizações frequentemente se deparam com decisões complexas que podem ter impacto significativo em suas operações e resultados. E, devido ao seu tamanho, os desdobramentos dessas mudanças são capazes de gerar transformações de mercado enormes, afetando sua competitividade.

Devido à quantidade de colaboradores, grandes organizações também enfrentam o desafio de acompanhar o desempenho de todas as suas áreas por meio de uma visão ampla e não de microgerenciamento.

Atualmente, frente a tendências de impacto, essas organizações estão procurando se adaptar e passar a lançar inovações e desenvolver novos produtos ou serviços que trabalhem o impacto socioambiental de forma direta ou indireta. Sendo assim, passaram a investir recursos nesse movimento e, por isso, devem ter a capacidade de monitorar os resultados gerados pelo investimento e de comunicar seus clientes e partes interessadas a respeito dos mesmos.

Abaixo deixamos algumas dicas para grandes organizações que desejam utilizar dados para gerar impacto.

Defina metas de impacto

Estabeleça metas específicas e mensuráveis para sua agenda de impacto e instale uma estrutura capaz de acompanhar periodicamente essas metas.

Adote sistemas de coleta e visualização de dados robustos e integrados

Grandes organizações trabalham com grande escala. Por isso, precisam se apoiar em sistemas elaborados e idealmente capazes de se integrar, para que se descarte a necessidade de tratamento de dados manual. O mesmo vale para ferramentas de visualização: dashboards são essenciais para o monitoramento de indicadores.

Mantenha um time qualificado em dados

Ter um time exclusivo e capacitado para trabalhar com dados é essencial para que as informações coletadas de fato gerem inteligência e eficiência para a organização. Por conta do seu tamanho, grandes organizações precisam de uma estrutura mais robusta para coleta, mensuração e avaliação desses dados.

Invista no uso de tendências tecnológicas

Temos disponíveis produtos digitais, Inteligência Artificial e muitas outras tecnologias para gerar valor e eficiência a grandes organizações, viabilizando sua escalada de impacto.

Conduza análises de dados robustas

Dados são ricos quando explorados profundamente. Use e abuse de análises descritivas, diagnósticas e preditivas para gerar insights ricos para sua agenda de impacto.

Elabore relatórios de impacto periódicos

Transforme em processo a criação de relatórios e publicações de impacto que comuniquem para seus clientes, beneficiários e partes interessadas o impacto que a organização tem gerado.

Instituto CCR

A Semente percorreu uma jornada interna de Mensuração e Avaliação de Impacto e já apoiou grandes organizações a fazer o mesmo. Um exemplo foi o projeto executado para os dois programas proprietários do Instituto CCR, responsável pelo gerenciamento do investimento social do Grupo CCR.

Neste projeto, a Semente definiu 32 indicadores de impacto alinhados à estratégia do Grupo CCR; construiu instrumentos de coleta de dados e implementou aos processos da operação; executou um ciclo completo de mensuração e avaliação de impacto para cada programa e apoiou a organização no desenho de objetivos, metas e planos de ação para 2023 pautados em dados.

Este projeto instrumentalizou o Instituto CCR, para que consiga desenhar e implementar melhorias qualificadas e pautadas em dados de maneira independente no futuro.

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Giulia Wada
Graduada em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia pela UFPR, é Mestre em Ciências da Saúde com foco em Big Data. Iniciou sua carreira em impacto social ocupando o cargo de Diretora de Tecnologia em uma Edtech de impacto, liderando a idealização e validação de seu modelo de negócios. Em 2021, trabalhou como liderança no terceiro setor, estruturando frentes de Processos e Dados para a potencialização do impacto de uma ONG, cuja atuação consiste em formações em inovação e liderança humanizada e em 13 projetos de impacto social. Possui formação em Gestão de Projetos Sociais (PMD Pro) pela APMG International e em Avaliação de Impacto Socioambiental. Atuou como Consultora Especialista em Dados e Inovação Social na Semente Negócios, e hoje é Líder de Dados na organização, estando à frente de projetos de sistematização de dados, mensuração de impacto e desenvolvimento de produtos de dados.

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