Como já falamos em posts passados, as grandes empresas têm diversos desafios no que diz respeito à inovação corporativa. As startups ou empresas que estão iniciando suas operações ainda estão em condição de constante aprendizado.
Por isso, ainda não possuem processos e rotinas padronizadas, tornando-as muitas vezes mais ágeis e flexíveis, o que contribui significativamente para inovação.
Entretanto, à medida em que essas empresas crescem, passam a consolidar seus aprendizados em padronizações, rotinas e busca por eficiência, criando desafios maiores para inovação.
Além disso, muitas vezes o próprio mindset da empresa preso ao sucesso passado atravanca a abertura para inovações.
O desafio das corporações, portanto, é como conseguir explorar/aproveitar suficientemente sua operação para assegurar a viabilidade do negócio atual e ao mesmo tempo investir energia suficiente para explorar a viabilidade futura.
Assim, muitas empresas consolidadas observam com apreço (e, por vezes, medo) o crescente movimento das startups e sua habilidade de inovar com velocidade e impacto.
Por mais que seja fundamental estudar metodologias e filosofias utilizadas pelas startups para inovar em corporações, essas empresas não podem tentar ser startups.
Corporações e startups têm muito o que aprender em conjunto, mas elas são criaturas diferentes!
Como a famosa definição de Steve Blank explica: “startups são organizações temporárias buscando um modelo de negócios viável e escalável”, e não “são empresas de menor porte…”. Ou seja, organizações podem começar sendo startups, mas em algum momento quando os níveis de incerteza reduzirem a ponto de conseguirem trabalhar com rotinas e processos padronizados, elas passam a ser corporações estabelecidas
Resumindo: startups e corporações são diferentes e podem (e devem) adotar algumas metodologias e filosofias das startups, embora não devam tentar ser startups.
Como então fazer inovação corporativa?
Bom, obviamente não existe receita infalível como aqueles livros messiânicos que nos apresentam os “10 passos para o sucesso”.
Entretanto, com a nossa experiência ao longo de anos apoiando tanto startups quanto corporações, identificamos alguns princípios que facilitam o processo de inovação dentro de corporações. São eles:
- Disseminar a inovação lentamente, para ir se espalhando pela organização;
- Dar autonomia aos times (com direcionamento, responsabilidade e confiança);
- Inovação corporativa deve ser um processo descentralizado e transparente;
- Focar no problema a ser resolvido e na experiência do cliente antes de pensar em solução;
- É mais importante construir cultura antes do processo;
- Aprender é mais importante do que construir;
- Pequenos passos são mais promissores do que grandes apostas;
- Funding gradual é mais saudável do que alto funding inicial;
- Ter metodologia e processo torna o processo menos arriscado;
- Envolver clientes em todo o processo de inovação;
- Tratar funcionários como clientes e processo de inovação como produto para conseguir efetivamente vender a inovação internamente;
- Inovação corporativa deve ter direção, impactando KPIs importantes;
- Metas do business as usual são diferentes das metas de inovação.
Cada organização tem seu próprio modus operandi, portanto, prescrever o que cada empresa deve ou não fazer é um tanto quanto inapropriado.
Entretanto, a partir de nossas experiência, identificamos que esses princípios fazem sentido para que o processo de inovação corporativa aconteça de forma eficiente, reduzindo gradualmente os riscos e tornando-o perene no longo prazo.
Nos próximos posts, exploraremos mais profundamente os princípios para tangibilizá-los e torná-los mais aplicáveis no contexto da sua empresa.