Não é de hoje que sabemos que abrir uma startup não é tarefa fácil, não é mesmo? Em todo o mundo, milhares de empreendedores e empreendedoras buscam ferramentas para a abertura de seus negócios. Uma delas é o perfil empreendedor. Mas afinal, existe um perfil ideal?
Do mesmo modo, o que é preciso saber para empreender uma startup? Quais as competências necessárias para criar um negócio que resolva um problema real, em um mundo com cada vez mais incertezas?
Em todo o mundo, milhares de empreendedores e empreendedoras buscam conteúdos e ferramentas para apoiá-los na abertura de seus negócios.
Ao longo de 10 anos, capacitamos diretamente mais de 10 mil empreendedores e apoiamos mais de 3 mil startups em todo o país. Com esse aprendizado, criamos a nossa própria metodologia de desenvolvimento de negócios inovadores, o Caminho Empreendedor.
Nesse artigo, veremos 3 dos perfis necessários no desenvolvimento de startups.
Quais são os tipos de perfil empreendedor?
Perfis são os papéis que a pessoa empreendedora deverá assumir e desenvolver ao longo do tempo. Logo, um perfil empreendedor é progressivo ao desenvolvimento do negócio, ou seja, as competências trazidas aqui precisarão estar presentes no time que integra a organização. Não necessariamente na figura de uma pessoa, mas na equipe no geral. Vamos a elas?
Perfil 1: Explorador – Encontrar uma missão
O primeiro perfil empreendedor é vital, e está relacionado aos primeiros passos da criação do negócio.
Antes de pensar em uma solução, vendas ou na gestão, o foco ao empreender deve ser encontrar um problema que seja realmente relevante, e que possa ser resolvido com a sua hipótese inicial.
Esse é o primeiro passo para a criação de um negócio inovador, sobretudo tendo em vista que cerca de 42% das mortes das startups resultam da falta de necessidade pelo mercado.
Desafios: a pessoa empreendedora está em fase de exploração do problema, aprendendo com possíveis clientes e buscando um modelo de negócio que faça sentido e possa ser testado.
Papel a desempenhar: neste arquétipo, a pessoa empreendedora deve ter a capacidade de buscar aprendizados, informações, de ser empática, criativa, curiosa, para poder analisar o mercado e encontrar uma oportunidade real.
Competências a serem adquiridas:
- Empatia
- Senso crítico
- Escuta ativa
- Busca de informações
- Persuasão e rede de contatos
- Autoconhecimento
Na prática, é necessário buscar ouvir sem julgar, estudar muito sobre o problema do cliente, além de compreender o mercado em que está inserido e aprender sobre seus principais atores.
Não precisa haver pressa para criar una solução. Mas o que precisa estar claro é que nada é tão inútil quanto destinar energia e tempo em algo que nem deveria ser feito. Portanto, explore, explore e explore para ter certeza de que você não vai construir algo para o qual não existe demanda, ou potenciais compradores.
Perfil 2: Mobilizador – Prove que existe uma oportunidade
Como descobrir se o problema a ser resolvido é realmente relevante? A resposta para essa pergunta passa diretamente pela figura do empreendedor ou empreendedora. Ele é a principal variável para solucionar essa questão.
Isso é assim porque, para resolver um problema real, diversas áreas precisam estar envolvidas na construção da solução. E quem deve ter a capacidade de aproximar essas pessoas, engajá-las a contribuir e ouvi-las com escuta ativa, é quem está desenvolvendo o negócio.
Desafios: os empreendedores e empreendedoras estão em fase de engajamento de um determinado público, a fim de validar se há um número significativo de pessoas interessadas na proposta de valor para definir o seu posicionamento.
Papel a desempenhar: neste arquétipo, a pessoa empreendedora deve desenvolver as habilidades de comunicadora, agitadora; reconhecer padrões nas pessoas, engajando-as em torno de uma causa para, assim, poder identificar um posicionamento claro que chame a atenção das pessoas.
Competências a serem adquiridas:
- Excelente comunicação
- Identificar padrões
- Vulnerabilidade
Um dos principais erros de empreendedores, ao desempenhar esse arquétipo, é levar consigo padrões, distorções e julgamentos no momento de engajamento do público e nos espaços de análise. Isso influencia diretamente na tomada de decisão, ao não se ater aos fatos e padrões identificados no público, mas ao se basear em achismos e crenças pessoais.
Tal processo influencia negativamente o desenvolvimento do negócio. O ponto central é desenvolver uma mentalidade de teste de hipóteses, colocando toda a sua ideia inicial à prova. Se esses testes são influenciados por vieses, todo o progresso passado (e futuro) do negócio é prejudicado.
Por fim, é fundamental que o perfil desenvolva o que chamamos de contra viés cognitivo. Isso significa estar sempre atento às armadilhas causadas por isso, observando quando os vieses agem a favor e quando agem contra.
Perfil 3: Fazedor – Prove que você gera valor
Em Demo Days, bancas de seleção e pitchs, é comum ouvimos histórias de diversos negócios que começaram o desenvolvimento neste estágio. A pessoa tem a ideia e parte direto para a criação do solução! O que também acontece com frequência nesses casos é:
- Não há mercado suficiente
- O problema existe, mas quem sofre dele não pagaria por uma solução
- A proposta de valor não tem aderência no mercado
Tudo isso pra dizer que: não negligencie estágios anteriores. Esteja atento(a) às competências a serem desenvolvidas, pois são elas que irão garantir que o desafio do estágio seja alcançado. Além disso, se possível, teste tudo antes de fazer a solução.
Desafios: a pessoa empreendedora está focada em entregar minimamente valor ao público-alvo, buscando resolver o problema da forma mais simples possível e verificando se as pessoas estão dispostas a pagar para resolvê-lo.
Papel a desempenhar: o arquétipo fazedor traz as capacidades de foco e resiliência para realizar entregas, mas ao mesmo tempo, é preciso ter muita abertura para as mudanças que irão ocorrer durante a fase de testes do produto.
Competências a serem adquiridas:
- Mentalidade ágil e conhecimento sobre metodologias ágeis
- Foco na entrega de valor
- Abertura para compreender feedback
- Alta capacidade de execução e entrega
- Comprometimento
- Correr riscos calculados
Após ter explorado o problema e interagido com quem sofre com ele, o foco será a entrega e a geração de valor. Isso significa, na prática, resolver o problema do cliente com o mínimo esforço.
Por fim, um aspecto fundamental é focar no que é realmente essencial para solucionar o problema. A priorização do que deve ser feito frente a diversas possibilidades é frequentemente um desafio para esse perfil.
A clareza do seu perfil empreendedor vem com a prática
Comumente, o fato de a solução não estar pronta como o idealizado inicialmente incomoda quem está empreendendo. Entretanto, é preciso ter clareza que o principal aprendizado é adquirido na interação direta com quem sofre do problema. Em outras palavras, não adianta ficar dentro de casa desenvolvendo a “solução perfeita”, se o usuário não testá-la para dizer efetivamente o que será dessa tal solução ideal.
Ao falarmos de perfil empreendedor, competências e atitudes, muito se imagina que se trata de uma receita de bolo, um passo a passo individual frente aos desafios que o negócio sofrerá. É importante deixar claro que não se trata disso. Os perfis aqui trazidos servem como um guia criado com base em milhares de experiências práticas, com diversos empreendedores e negócios em diferentes níveis de maturidade.
Como em todo o bom guia, agora já é possível começar a caminhar com mais clareza em sua jornada empreendedora, pois você já sabe os perfis essenciais para a abertura da sua startup; as principais competências demandadas; e os principais desafios vivenciados pelos indivíduos no processo de desenvolvimento de um negócio inovador.
Bônus: 4 dicas importantes sobre ter um perfil empreendedor
- É ilusório tentar se enquadrar inteiramente em um perfil empreendedor. Entendemos que a liderança é situacional e por isso, precisa-se entender a essência de cada um deles. Ou seja, a busca por ele faz com que tenhamos êxito, e não a sua totalidade.
- Diante desse primeiro ponto, precisamos olhar para os perfis e enxergar a oportunidade para abertura de sociedade, entendendo que perfis complementares e diferentes experiências somam muito na construção do negócio.
- O perfil serve como norte e direção, ajudando a deixar mais claro o desenvolvimento das ações. Em uma equipe, fica mais fácil entendermos quais papéis temos capacidade para desempenhar, quais precisamos desenvolver e quais pessoas estão aptas a adotá-los.
- Por fim, os perfis são sobre competências, atitudes e habilidades, e não sobre identidade do indivíduo. Logo, eles não devem afetar a sua.
Próximos passos:
Faça um autodiagnóstico, entenda quais competências você desempenha bem, as que você precisa desenvolver, delegar ou buscar em novas pessoas. Além disso, tente entender qual perfil o seu negócio demanda neste exato momento. Liste as necessidades e desafios, e veja se suas atitudes e ações vêm sendo coerentes com o que o negócio precisa. Por último, elabore um plano de desenvolvimento e estude.
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