Intraempreendedorismo de impacto: quando a mudança começa de dentro para fora

Sumário

O termo intraempreendedorismo já é conhecido por muitos de nós. O dicionário define empreendedor como:

Indivíduo que possui capacidade para idealizar projetos, negócios ou atividades; pessoa que empreende, que decide fazer algo difícil ou trabalhoso

E empreendedorismo como a:

capacidade de projetar novos negócios ou de idealizar transformações inovadoras ou arriscadas em companhias ou empresas; Vocação, aptidão ou habilidade de desconstruir, de gerenciar e de desenvolver projetos, atividades ou negócios.”

O intraempreendedorismo se dá quando isso acontece dentro das empresas, por meio de seus colaboradores que não necessariamente tem suas próprias empresas mas veem situações desafiadoras e propõem soluções a elas.

Quando um colaborador desenvolve um projeto que resolve um problema real da empresa em que está e esta solução pode ser utilizada ele está intraempreendendo.

Isso pode ser por meio de soluções que tornem a empresa mais competitiva, façam ela aproveitar melhor os recursos internos, aperfeiçoe processos, aumente a receita, melhore o posicionamento, etc.

Ambientes que estimulam e geram inovação estão diretamente ligados a intraempreendedores. São eles que veem os problemas e propõem soluções criativas.

São os intraempreendedores que estão dispostos a tentar, testar e que conseguem aprender com seus erros, tornando até mesmo algumas séries de eventos inicialmente aleatórios em conexões que levem ao desenvolvimento de algo inovador.

E esses projetos podem estar diretamente ligados aos core business da empresa (como o Gmail, que foi o primeiro email a oferecer 1GB de armazenamento e uma barra de busca precisa para o conteúdo) ou pode ser uma ideia que se torne um spin off (como foi o caso do Playstation, já que a Sony não queria entrar no mercado de jogos).

Uma mesa rodeada de notebooks abertos com pessoas sentadas à frente dos equipamentos. Ao fundo um homem faz uma apresentação de projeto.

Mas e se associarmos os objetivos sociais e financeiros para intraempreender?

Uma outra forma de desenvolver Valor Compartilhado – tema deste texto aqui – é o intraempreendedorismo de impacto, também chamado de intraempreendedorismo social.

Tendo claro que o intraempreendedorismo pode estar diretamente ligado ao core business  da empresa ou vir a tornar-se uma  spin-off é possível manter o foco em resolver os problemas da empresa levando em conta o aspecto socioambiental no qual ela está inserida.

Um exemplo disso:

No Quênia, em 2005, 81% da população não tinha contas bancárias e, com a migração rural para as cidades, a necessidade de enviar dinheiro da cidade para aqueles que ainda permaneciam nas áreas rurais ficava cada vez maior. A solução adotada na época era enviar envelopes com dinheiro por meio de motorista de ônibus que faziam viagens para as áreas rurais do país – algo pouco seguro.

Na época dois colaboradores da Vodafone no país, Nick Hughes e Susie Lonie, tinham consciência desse problema e se atentaram ao fato de que cerca de 60% da população tinha um aparelho celular ou acesso a ele.

Assim eles decidiram criar um serviço bancário por telefone, permitindo que as pessoas pudessem transferir dinheiro de um celular para outro, de forma semelhante ao envio de SMS – assim surgiu a M-Pesa. Logo no primeiro ano de operação M-Pesa adquiriu cerca de 1 milhão de usuários e chegou a cerca de 10 milhões no terceiro ano, mudando radicalmente a vida da população do país.

Como dizem David Grayson, Melody McLaren e Heiko Spitzeck em seu livro Intraempreendedorismo social, Jazz e outras coisas: “os intraempreendedores sociais podem aproveitar-se de infraestruturas e capacidades organizacionais existentes para entregar valor social em larga escala. Somente esse fato já vira as probabilidades a favor dos intraempreendedores sociais em alcançar mudanças sociais em larga escala (…)”.

Mesmo assim é preciso estar preparado para ser resiliente e enfrentar resistências internas por parte de gestores ou até mesmo boicote em alguns casos. A dica aqui é ver a empresa como um potencial investidor, mostrando os possíveis resultados do projeto caso seja executado e trazer para perto pessoas que possam colaborar com o projeto.

>>> Leia mais como engajar as lideranças no processo de inovação

Se você quiser se engajar nesse movimento, recomendo ler este artigo com os 13 princípios da inovação corporativa e seguir o canal Corporate Up, com conteúdo e dicas sobre o assunto.

*Este conteúdo foi produzido por Daiane Almeida

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A Semente desenha soluções de inovação que valorizam a vida, trazendo o impacto para o centro das tomadas de decisão em diferentes áreas. Somos uma empresa que visa contribuir para a evolução de ecossistemas de empreendedorismo, alavancar o empreendedorismo inovador como instrumento de mudanças socioambientais e aumentar as competências de inovação em grandes organizações. Acreditamos na inovação como meio e o impacto como fim. Por isso, em todas as nossas frentes de atuação, buscamos promover a prosperidade econômica, social e política através da inovação.

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