Quando uma empresa busca orientar de forma estratégica seus investimentos em inovação, nós fortemente recomendamos a construção da sua tese de inovação. A tese é um documento que descreve as delimitações estratégicas para que as iniciativas de inovação estejam em consonância com os objetivos da empresa como um todo.
O que acho importante ressaltar e o que vou trazer aqui hoje, é que a construção da tese de inovação, além de estar alinhada ao objetivo geral da empresa, deve considerar uma perspectiva de futuro, e explicitar como a empresa vai responder a essa perspectiva.
A tese é um documento vivo e evolui de acordo com as mudanças no mundo e com o próprio amadurecimento do entendimento da empresa a partir dos aprendizados gerados ao rodar sua primeira ou primeiras versões da tese.
Apesar dos aprendizados e mudanças ao longo do caminho, é fundamental que a empresa entenda para onde o mundo está indo para construir sua tese, portanto o estudo de tendências é uma etapa essencial na construção de uma tese de inovação.
Mas o que é um estudo de tendências?
Começando com a definição da palavra tendência: tendência é a direção em que alguma coisa está se desenvolvendo. Este desenvolvimento é assumido no futuro e provavelmente terá um efeito duradouro.
A tendência pode surgir a partir de algum acontecimento econômico, tecnológico, político, entre outros. O importante aqui é enfatizar que estes acontecimentos e mudanças acabam sendo incorporados aos poucos no comportamento das pessoas e assim influenciando como elas agem perante suas escolhas.
Um estudo de tendências consiste em identificar quais possíveis tendências podem vir a acontecer e afetar de forma significativa o segmento no qual a empresa atua no curto, médio e longo prazo. É uma estratégia primordial para garantir que a organização esteja sempre à frente das necessidades dos seus consumidores.
Por isso, ao construirmos a nossa tese de inovação, de nada adianta basearmos nossas delimitações estratégicas olhando somente para o presente. Iniciativas de inovação são iniciativas repletas de incertezas. O novo é sempre incerto e o que é incerto ainda não está consolidado no tempo presente.
Ok, entendido isso, como devemos fazer este estudo?
Uma maneira efetiva e relativamente rápida de realizar um estudo de tendências se dá através da construção de uma desk research (pesquisa de dados secundários). Este tipo de estudo permite que você tenha acesso a dados e relatórios globais de cunho demográfico, mercadológico, comportamental, entre outros, e entenda para onde o segmento de atuação da empresa deve olhar em um horizonte de pelo menos 5 anos.
Recomendamos que este estudo seja organizado através da utilização de uma PESTAL, visando assim, abordar diversas frentes (políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, ambientais e legais) que podem afetar o setor no qual a organização atua.
Outra maneira de entender para onde o mercado está se direcionando é através do monitoramento das startups que estão emergindo e que estão vinculadas de certa forma à proposta de valor da empresa. As startups nascem com o objetivo de resolver algo que ainda não está sendo atendido e com isso podem mudar ou construir novos mercados. Por isso, este acompanhamento também é fundamental à construção do estudo de tendências.
É muito importante que após as tendências serem mapeadas elas sejam priorizadas. Assim, é possível agir sobre aquelas que mais podem impactar a empresa tanto positivamente quanto negativamente (mas sem ficar desatento ou relevar tendências não priorizadas).
Para tal, uma vez que o estudo é realizado, o comitê de inovação da empresa deverá discutir em conjunto e elencar quais dessas tendências são chave e provavelmente irão afetar diretamente o futuro da organização. Um dos formatos que auxiliam na condução dessa discussão é a criação de uma matriz onde cruzamos as tendências mapeadas com os objetivos da empresa. Assim, atribuímos notas relacionadas ao impacto que cada tendência tem em cada objetivo descrito, permitindo uma visão mais clara do que deve ser priorizado através do impacto que será gerado.
Olhar para as tendências do mercado e identificar potenciais oportunidades e ameaças é algo crucial para evitar que a organização se torne míope diante do ambiente em que atua. Assim, ao elaborarmos nossa tese de inovação, utilizamos das tendências chave para definirmos quais mercados vamos focar, quais modelos de negócio fazem sentido atuarmos, quais tecnologias devemos desenvolver e finalmente como se dará nosso portfólio de inovação.
Não é possível prever o futuro, mas é possível estarmos constantemente nos preparando para ele. E quando este é o assunto, uma análise de tendências bem feita é fundamental para uma tese de inovação efetiva, pois auxilia minimizando os riscos das escolhas e direcionamentos na estratégia de inovação da organização.
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