Cultura é um termo que cabe em contextos bastante variados. Faz referência aos hábitos e conhecimentos de um determinado local ou grupo, que pode ser desde um movimento artístico até os costumes de uma região. Em todos os casos, a cultura só tem sentido com a interação entre pessoas. E é nisso que a cultura de inovação se sustenta: promover comportamentos que impulsionam a geração de ideias e resolução de problemas.
A criatividade humana tem um potencial praticamente ilimitado. Basta fazermos uma retrospectiva rápida de como as nossas vidas mudaram nas últimas décadas para ficarmos impressionados com a capacidade que temos de promover impactos significativos na sociedade. Mas o fato é que essa criatividade pode ser estimulada ou não – e isso depende da cultura predominante nos ambientes que frequentamos.
De modo geral, circulamos por espaços que não possuem uma cultura de incentivo à criatividade e inovação. Para construí-la, é necessário romper com algumas crenças e hábitos comuns em estruturas convencionais. É assim que se abre espaço para seguir em direção ao pensamento original e à liberdade de expressão.
Parece complexo, né? E não dá para negar, o caminho para desenvolver uma cultura de inovação exige clareza de objetivos e consistência prática. Se você quer saber mais sobre o assunto, está no conteúdo certo. Neste guia, vamos mergulhar na cultura de inovação: esclarecer conceitos, indicar ações e mostrar benefícios.
Aproveite a leitura!
Cultura de inovação: um entendimento abrangente
De forma sucinta, a cultura de inovação abrange práticas e valores que promovem características como criatividade, imaginação, geração de ideias e disseminação de conhecimento.
Em um ambiente regido pela cultura de inovação, as pessoas se sentem instigadas a colaborar e não encontram barreiras para tornar isso realidade.
Podemos fazer uma analogia da cultura de inovação com um solo fértil. As sementes levam dentro de si qualidades latentes e precisam apenas das condições adequadas para germinar. Quando o solo está fértil – equilibrado em relação à espécies e nutrientes, recebendo um bom nível de umidade e luz solar – a semente encontra tudo a seu favor para se desenvolver como planta.
Da mesma forma, as pessoas precisam encontrar um solo fértil: ambientes e valores que favoreçam a expressão do potencial humano. A cultura da inovação prepara e mantém o solo preparado para receber diferentes sementes e fazê-las desabrochar individualmente ou em conjunto. Assim, todas as pessoas que estão inseridas nessa cultura conseguem encontrar valor ao olhar para o processo e os resultados da inovação.
Uma cultura de inovação não pode ser passageira. Ao contrário, deve fazer parte da essência de um ecossistema, de modo que seja integrada naturalmente ao comportamento das pessoas. Em empresas, isso significa que desde a liderança até novas contratações seguem os mesmos princípios.
Outro ponto essencial é que cultura de inovação não se limita à teoria, mas também envolve a descrição de mecanismos e processos. Todas as pessoas da equipe devem saber como assumir uma postura inovadora, identificar problemas, questionar o status quo e propor soluções disruptivas.
Importância da cultura de inovação no meio corporativo
A esta altura do artigo, você pode se perguntar se há como aplicar a cultura de inovação em todos os tipos de empresas. E a resposta é sim! Não importa o porte ou o segmento em que atua: inovação é crucial para qualquer negócio permanecer competitivo no mercado. Em um cenário globalizado e tecnológico, as mudanças acontecem muito rapidamente e perdê-las de vista significa se distanciar das demandas vigentes.
Uma empresa não pode permanecer igual enquanto tudo ao seu redor muda. E a cultura de inovação permite que esse movimento contínuo seja integrado à estrutura do negócio. O que isso quer dizer? As pessoas identificam problemas e demandas com agilidade, criam soluções e as implementam sem grande burocracia, o que evita prejuízos e incrementa a vantagem competitiva da organização.
Cultura de inovação em diferentes ecossistemas
Embora a cultura de inovação seja muito debatida dentro de empresas, é possível cultivá-la em outros ecossistemas. Existem muitas formas de articular uma comunidade de inovação, por exemplo, a criação de hubs que atuam no fomento ao empreendedorismo em determinada região.
Um ecossistema de inovação se forma quando as pessoas interagem e cooperam com o objetivo de gerar ideias e solucionar problemas, criando valor compartilhado. Essas comunidades podem se organizar em diferentes espaços, sejam empresas, eventos, universidades, órgãos governamentais e ambientes destinados a essa função, que é o caso dos hubs.
Cada ecossistema tem um público-alvo específico, mas a diversidade favorece a inovação. E é a cultura que funciona como um elo para unir pessoas com conhecimentos e vivências dinstintos em busca de um propósito comum. Quanto mais variado for o grupo de pessoas, maior a chance de nascer soluções verdadeiramente disruptivas.
Imagine a potência de uma colaboração entre pessoas com histórias de vida e atuações profissionais diferentes. Os pontos de vista se complementam na visualização dos desafios e há muito mais combustível para geração de ideias!
Como desenvolver uma cultura de inovação?
Depois dessa introdução conceitual, vamos nos ater aos aspectos práticos daqui em diante. Para desenvolver uma cultura de inovação, é preciso atuar em várias frentes, de modo a garantir um ambiente de suporte, além de uma organização interna que oriente o comportamento das pessoas.
Veja a seguir quais são os principais elementos que compõem uma cultura de inovação.
Diretrizes e processos
Já falamos por aqui sobre a importância da liberdade na cultura de inovação. As pessoas precisam se sentir à vontade para mostrar quem são e como podem contribuir com o ecossistema. Mas isso não quer dizer que o ambiente não pode ter qualquer tipo de estrutura norteadora.
A descrição de diretrizes e processos explica a cultura de inovação para todos os membros do grupo. Nesse documento podem ser incluídos objetivos, direitos e deveres, além de fluxos que indiquem como manter uma continuidade no processo criativo. As diretrizes não têm a finalidade de engessar as pessoas, mas guiá-las no sentido de objetivos comuns.
Metodologias ágeis
A função central das metodologias ágeis é reduzir as incertezas que são inerentes à inovação por meio de rápido desenvolvimento e testagem. Bastante utilizadas por startups, as metodologias ágeis podem ser aplicadas por qualquer ecossistema de inovação para validar problemas, evitar o desperdício de recursos e criar soluções efetivas. Alguns exemplos dessas metodologias e ferramentas que auxiliam no processo são SCRUM, Lean Startup, Design Thinking, Kanban, XP e Caminho Empreendedor.
Capacitação
Não há como desassociar inovação de capacitação. O conhecimento amplia o olhar, desperta o pensamento crítico e abre um panorama vasto de possibilidades em relação à geração de ideias. Se as pessoas conhecem os aspectos técnicos da área em que atuam, refletem sobre temas de interesse coletivo e se familiarizam com as ferramentas utilizadas em processos criativos, elas se sentem mais aptas a colaborar.
Ambiente e infraestrutura
Ambientes físicos ou digitais que promovem a integração e a troca livre de ideias e experiências certamente auxiliam no processo criativo. Muitas empresas estão apostando no conceito de fígital – união do físico e digital – para trazer ainda mais flexibilidade às práticas de inovação. Por outro lado, quando a atmosfera do lugar tem excesso de formalidade, as pessoas tendem a se comportar de forma mais mecânica.
Infraestrutura também é um fator importante na cultura da inovação. As pessoas devem ter acesso aos instrumentos que precisam para criar e testar propostas, caso contrário, encontrarão mais barreiras para materializar suas ideias. Além disso, é difícil imaginar inovação de impacto nos tempos atuais sem o suporte da tecnologia, seja para coleta de dados ou desenvolvimento de soluções.
Gestão horizontal
Esse é um ponto importante no meio corporativo. Empresas que possuem estruturas convencionais costumam praticar uma gestão verticalizada, em que o poder de decisão se concentra apenas em pessoas que ocupam determinados cargos. Esse modelo desencoraja a inovação porque restringe a autonomia das pessoas.
Na gestão horizontal, mesmo que ainda existam cargos estabelecidos, as pessoas sabem que estão em um patamar equivalente no que se refere à inovação. Podem expressar os seus pontos de vista, sugerir ideias e, até certo ponto, tomar a decisão de testar novas soluções. Uma gestão horizontal só é possível em um ambiente com tolerância a erros.
Benefícios de uma cultura de inovação consistente
Quais são as recompensas obtidas com o investimento contínuo em cultura de inovação? A principal vantagem está na criação de valor compartilhado, ou seja, o impacto positivo das soluções criadas se dissemina de forma direta ou indireta pelo ecossistema.
Acompanhe nos tópicos abaixo como a cultura de inovação pode ser benéfica para diferentes atores de uma comunidade.
Competitividade e engajamento
Empresas que cultivam uma cultura de inovação internamente, e se relacionam com o entorno a partir dos mesmos valores, tornam-se muito mais preparadas para lidar com mudanças do mercado. Esses negócios adotam uma postura proativa, antecipam demandas e, com isso, conquistam vantagem competitiva.
Como a cultura de inovação atua no fomento à criatividade, as pessoas que fazem parte do dia a dia do negócio se sentem muito mais engajadas com os objetivos traçados e dispostas a fazer parte dos esforços coletivos por resultados. Esse posicionamento se reflete na percepção de valor pelos consumidores, que entendem a empresa como dinâmica e original.
Solução de problemas sistêmicos
Não há mais como inovar sem considerar os problemas socioambientais que assolam a nossa sociedade. Os prejuízos são cumulativos e ficam cada vez piores de administrar. Diante das crises que lidamos atualmente, já se tornou uma responsabilidade coletiva o uso responsável da inovação. Alguns recursos auxiliam nesse sentido, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU.
A solução de problemas deve ser um pilar da cultura de inovação, integrado por cada pessoa que faz parte do processo. Isso inclui desde a redução na demanda de energia e reaproveitamento de matéria-prima para desenvolvimento de uma solução até a melhora na infraestrutura de saneamento básico em populações vulneráveis. Inovar com propósito é um compromisso com a preservação integral de ecossistemas. Há múltiplos ganhos nesse processo, seja pela economia de recursos ou melhoria na qualidade de vida.
Valorização da cultura local
A cultura de inovação pode ser uma grande aliada na valorização da história e dos costumes de uma região. Inovar não se trata exclusivamente de criar produtos e serviços novos, mas também de aperfeiçoar o que já existe ou desenvolver novas formas de acesso. É possível, por exemplo, pensar em soluções para levar um produto típico de uma localidade a mais pessoas, ou aplicar tecnologia em processos artesanais de produção sem descaracterizá-los.
Uma empresa pode atuar como agente impulsionador da região em que está situada, promovendo não apenas a sua própria sustentabilidade, mas também o fortalecimento da economia local.
Inovação como processo, impacto como resultado
Essa é a máxima da Semente Negócios quando se trata de gerar prosperidade por meio da inovação. Com aplicação de metodologias próprias, a Semente auxilia na criação de ecossistemas prósperos de inovação, com relações genuínas entre as pessoas, resiliência e aprendizagem constante. Isso tudo, é claro, torna-se viável com o apoio de uma cultura de inovação sólida.
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