No início deste ano, verticalizamos a Semente nas áreas que mais atuamos e entre elas está a de Corporate Innovation. Por este motivo fui para Israel explorar o há de mais avançado em inovação corporativa.
Israel é o país que possui a maior densidade de startups por habitante do mundo e com o maior número (absoluto) de centros P&D – Pesquisa e Desenvolvimento – de multinacionais.
O país respira inovação e avança rápido em inovação dentro de empresas estabelecidas.
Como em toda boa viagem, voltei com boas fotos dos lugares que visitei. Além disso, trouxe também uma série de insights, que pra mim são como fotos de conhecimento. Pequenas frases que apresentam um cenário cheio de detalhes, interpretações e boas recordações.
Ao voltar, decidi compartilhar três das principais “fotos de conhecimento” que construí ao participar dos workshops do israelense Ahi Gvirtsman. Ele foi o responsável por desenhar e implantar um dos programas inovação corporativa mais bem-sucedido do mundo e em apenas dois anos criou dez inovações de alto impacto dentro da HP.
Você pode ler os dois primeiros insights aqui:
#01 Não existe um mapa para todas as organizações se tornarem mais inovadoras, porém existe um GPS.
#02 Inovar é uma maratona e não uma corrida de 100 metros.
E vamos para o terceiro:
#03 TER IDEIAS É A PARTE FÁCIL, O SEGREDO É SABER COMO ESCALAR AS IDEIAS
Segundo Ahi Gvirtsman, o objetivo número zero de qualquer programa de inovação deve ser implantar um processo que permita a empresa construir inovações de forma sistemática e que encontre novas fontes sustentáveis de receitas recorrentemente.
Para quem ainda não enxerga inovação como um processo e acredita que o “momento ahá!” é o motor de toda inovação, isso pode parecer um pouco estranho.
A verdade é que embora a inovação seja carregada de incertezas e de algumas viradas inesperadas, existem sim técnicas que permitem criar projetos inovadores de forma processual.
Atualmente, a prática tem nos mostrado que aplicar as mesmas metodologias utilizadas para o desenvolvimento de startups é a melhor estratégia para desenvolver produtos inovadores dentro de organizações estabelecidas.
Este é caso da HP, Telefônica, Pfizer, Disney, Intel e muitas outras.
Estas metodologias aceleram o ciclo de inovação, diminuem os riscos e o volume de investimentos e também aumentam as chances de sucesso do programa, visto que com ela um número maior de oportunidades são rapidamente exploradas.
No entanto, implantar Lean Startup e Agile em uma corporação não é algo tão trivial. Um dos principais motivos é o fator cultural. De um lado, a corporação está acostumada a gerenciar processos com alto nível de controle e foco no resultado.
Enquanto as iniciativas inovadoras (que podem ser startups) utilizam metodologias que valorizam mais a experimentação sem processos rígidos e objetivam o aprendizado.
Innovation Pipeline
No programa que o Ahi desenvolveu na HP, ele criou o Innovation Pipeline, que é um framework de experimentação baseado em Lean Startup adaptado para a realidade da empresa.
Na minha visão, a grande sacada para implantar técnicas de experimentação em corporações é apresentar a inovação como um processo (semi) controlado e com métricas adequadas.
O Innovation Pipeline desenvolvido na HP possui quatro fases:
1 – Ideação,
2 – Incubação,
3 – Seed e
4 – Realization.
Tudo começa na ideação, onde os colaboradores são incentivados a submeter suas ideais em um fórum. As melhores ideais são aprovadas para a fase de incubação.
Na fase de incubação o idealizador da iniciativa de inovação ganha 10% do seu tempo para explorar melhor o problema, a solução e o seu potencial de mercado.
Os projetos que apresentam um bom potencial de mercado, preparam um pitch para o innovation council explicitando o que precisa ser validado para avançar com o projeto.
O innovation council é similar a uma banca de investidores. Ele é formado por um grupo de gestores com poder de decisão sobre investimento e seu papel é decidir sobre investir ou não investir no experimento proposto.
Os projetos que são aprovados evoluem para a fase de seed, onde recebem os recursos necessário para criar testes rápido de mercado, os mínimos produtos viáveis (MVPs) e objetivam encontram o product-market fit.
Nessa fase os projetos são acompanhados de perto por um mentor, que dá ritmo ao trabalho, remove impedimentos e orienta a criação de novos testes de mercado.
As iniciativas que possuem uma boa performance na fase seed buscam uma nova rodada de investimentos e, para isso, apresenta novamente o seu pitch para o innovation council, que agora sim decide sobre o investimento no desenvolvimento do produto propriamente dito.
Vale destacar que o innovation council acompanha periodicamente o desenvolvimento das iniciativas. Sendo que em algumas atuam como mentores dando dicas e estabelecendo conexões relevantes.
Por fim, os projetos aprovados na Funding Decision passam para a fase de realization e entram para o portfólio de produtos da empresa. Nesse momento, a iniciativa passa a ser de responsabilidade do setor de operações da empresa e não mais da área de inovação.
No e-book que produzi em parceria com o Ahi você pode ter um maior nível de detalhes sobre o Innovation Pipeline e descobrir como dez inovações de alto impacto foram construídas em apenas dois anos de programa.
Ter ideias é a parte simples. Esta é só a primeira parte do processo. No Innovation Pipeline esta atividade acontece na fase de ideação e pelo nível de detalhes que apresentei nas demais fases você já pode ter uma noção de que o que há pela frente é muito mais desafiador.
O segredo é saber como escalar estas ideias. Para isso existem frameworks validados e testado que certamente aumentarão as suas chances de sucesso e evitarão erros comuns a programas de inovação corporativa.
Tenha acesso exclusivo ao framework usado na HP e transforme suas ideias em resultado de forma mais eficiente.