Trabalhar com ecossistemas pode ser um caminho da inovação
Inovar significa criar. Criar ideias, criar caminhos, criar novas metodologias e produtos que atendam às necessidades dos clientes. Pode até parecer simples, mas a verdade é que é desafiador encontrar o caminho da inovação.
Isso porque não estamos falando daquele cliente tradicional, cada vez mais escasso no mundo globalizado. Vivemos a era da informação, da comunicação em rede, das novas tecnologias, cujas ferramentas transformaram hábitos, demandas, modos de se relacionar com as pessoas e com as empresas.
O consumidor se tornou mais exigente, visionário, capaz de escolher entre as opções e até de elaborar soluções para suas demandas. Associada a essa nova maneira de consumir, surgiram alternativas práticas, rápidas e baratas para atendê-los. As novas grandes organizações do mundo dos negócios nasceram dessa inovação tecnológica, de processos e do laboratório de ideias.
O caminho da inovação passa pelo cliente
Dessa forma, o caminho da inovação é referendado pelas empresas do Vale do Silício. É o que conta Rafael Cunha, há 11 anos trabalhando com inovação e transformação digital em empresas. Atualmente, ocupa a função de Product Manager da Magazine Luiza, a famosa rede varejista de eletrônicos e móveis que possui mais de 950 lojas e está presente em 16 estados do país. “Todas as coisas que começam aqui são em torno do cliente, em torno do usuário. Por isso é mais fácil de entender o contexto de objetos colocando o nosso cliente no meio de sua estratégia”, disse.
Vem daí a urgência da renovação do mindset. Não adianta, por exemplo, tratar a inovação somente do ponto de vista da gerência ou dos chefes executivos. Para conseguir sobreviver a essa corrente inovadora, é preciso contagiar todos os colaboradores da empresa, criando uma cultura organizacional criativa, onde cada funcionário possa contribuir com ideias.
Outro ponto fundamental para trilhar o caminho da inovação é realizar o investimento certo em profissionais qualificados, que podem, inclusive, já estar dentro da empresa ou no mercado. A consultoria ou uma parceria com startups pode também ser uma alternativa.
Desde que se forme um ambiente de laboratório de ideias e de oportunidades de negócios, as possibilidades podem ser muitas, de acordo com o que se tem e quanto se pode investir. O certo é que é um processo de longo prazo.
Cunha ainda nos conta um pouco da experiência com o Labs Luiza, onde atua há seis anos: “Começou com quatro pessoas desenvolvendo um projeto simples que pôde permitir que as pessoas se tornassem nossos vendedores dentro da empresa. Desde então, nosso CEO entendeu que essa era uma maneira de ter a maioria dos projetos no mesmo patamar, e começou a crescer. Agora eu tenho cerca de mil pessoas nos laboratórios da Luiza”, disse.
Desafios da transformação
Uma organização criada em moldes convencionais, habituada a utilizar a metodologia padrão e a aprovar produtos e serviços de forma verticalizada terá muitos mais desafios que as novas estruturas nascidas a partir das experiências inovadoras, amparadas por Labs e implantadas pelas novas tecnologias. Por isso, a necessidade de transformar a mentalidade de toda a organização e de incentivar o ambiente criativo em todos os espaços da empresa é tão urgente em relação ao caminho da inovação.
O isralense Ahi Gvirtsman, que foi head de inovação da HP e hoje é Chief Product Officer da startup Duco, empresa que implementa o processo de inovação em outras corporações, explica como acontece esse processo nas organizações tradicionais: “Eu sempre digo que é muito fácil dizer como a inovação é importante e o quanto queremos inovação para prosperar em nossa organização, mas no dia que ouvimos uma ideia inovadora, ela literalmente nos faz sentir um desconforto e este desconforto nos faz matar a inovação, diretamente ou indiretamente. É por isso que as organizações brigam com a inovação porque, normalmente, ela não se encaixa na forma que as organizações regularmente fazem coisas”.
O engajamento de colaboradores e todo o conhecimento adquirido por profissionais das diversas áreas e da organização podem contribuir de forma significativa para que a inovação aconteça de dentro para fora. Para tanto, é preciso detectar tais habilidades, além de investir na comunicação voltada para esse processo de pertencimento.
A organização como ecossistema
A percepção da organização como ecossistema pode ser um caminho a ser seguido por empresas que pretendem inovar. Com experiência em startups e empresas de Israel, Gvirtsman compara as organizações a sistemas nacionais:
“Se em um ecossistema nacional há um setor privado, onde temos empresários e investidores que, basicamente, conduzem tudo através de suas ambições pessoais para serem bem sucedidos, para enriquecer a si mesmos e suas famílias, então dentro das organizações, os condutores serão empreendedores que desejam melhorar a sua situação na organização para aprender coisas novas. Investimento interno precisa ser criado para que os gestores possam realmente investir em ideias empreendedoras, a fim de conduzi-los para a frente”, conta.
Ele define ecossistema como camadas do processo, no qual os tomadores de decisão e os colaboradores pretendam criar algo para que seja inteiro, uma soma de partes. “A organização será desafiada de forma que você precise de um monte de pessoas envolvidas. Você precisa da sabedoria das multidões a fim de aumentar a probabilidade de que os projetos inovadores realmente passem para os estágios posteriores do processo. Chamamos isso de ecossistema direito, um ecossistema interno”, conclui.
Diante disso, vemos como o caminho da inovação é cheio de entraves e procedimentos específicos que devem ser conduzidos de maneira rigorosa. “Se você quer que sua inovação realmente seja implementada, você precisa saber como fazê-la ser implementada e existem ferramentas e técnicas para ajudá-lo a fazer e passar por isso. Você precisa ter um processo gerencial a seguir”, conclui Gvirtsman.
Rafael Cunha e Ahi Gvirtsman participaram de um dos nossos episódios de Webinar com foco em Corporate Innovation.
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