O design thinking nas organizações traz o conceito de pensar na experiência do cliente de forma holística, combinando análise e iniciativas que valorizem a empresa. Ele integra equipes, explora o capital intelectual da corporação, abre caminho para a inovação e criação de produtos e serviços.
Empresas de pequeno, médio e grande porte, e dos mais variados segmentos, podem utilizar o design thinking para repensar sua estrutura de negócio. É uma proposta de abordagem que tende a diluir a ideia de que a criatividade e a inovação devem ser restritas apenas a um grupo de profissionais, ou a um determinado setor.
Uma empresa integrativa e inovadora precisa atuar com a mente aberta. Assim, ela se torna mais flexível a novas percepções e mudanças. Essa intenção envolve o reconhecimento do potencial de seus funcionários, bem como ouvir a opinião de colaboradores e do público consumidor.
Contudo, antes de saber como fazer design thinking na sua empresa, é preciso entender sua definição e como ele funciona. Continue a leitura deste artigo e saiba mais!
Entenda o que é design thinking
Esse tipo de abordagem, que se disseminou pelo meio corporativo, tem sua raiz no design propriamente dito. Todo designer desenvolve seu projeto a partir de um processo criativo, com foco no bem-estar do consumidor final. Isso sempre mesclando o aspecto sensorial e a eficiência de um produto.
Dois profissionais do Vale do Silício foram os responsáveis por explicar o termo na década de 1990 e aplicá-lo no mundo dos negócios. Um deles é o professor da Universidade de Stanford e fundador da consultoria IDEO, David Kelley.
O outro é o CEO da mesma consultoria, Tim Brown, autor do livro Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias, lançado em 2009. Atualmente, grandes empresas como P&G, Sony, Itaú e Apple utilizam o design thinking.
Finalidades do design thinking para corporações
A principal finalidade do design thinking é o desenvolvimento de novos produtos e serviços, incluindo a solução de problemas para uma empresa ou os clientes dela. De modo geral, ele representa a inovação corporativa na prática e de uma forma mais eficiente, porque permite que se tenha a visão e experiência de uma solução em tempo e custos menores se aplicados em modelos tradicionais.
Sem o design thinking, como a sua empresa exploraria a implantação de uma mudança interna, a criação de um novo produto ou serviço? Provavelmente, esse seria um longo processo que envolveria pesquisa, opiniões de profissionais internos, investimento em estrutura ou material para o projeto, produção, divulgação e lançamento no mercado. Só então viria o feedback do público sobre sua aceitação ou não.
O design thinking corta o caminho, fazendo com que a ideação e validação do projeto sejam aplicados de forma mais rápida e, principalmente, a partir de uma visão holística sobre toda a empresa. Além disso, há o foco nas soluções internas e nas necessidades reais do mercado.
Como aplicar design thinking na minha empresa?
Essa preocupação com o todo representa um dos pilares do design thinking: a empatia. É a partir dela que a abordagem é feita, pois leva-se em consideração as pessoas e os problemas envolvidos, ligados direta e indiretamente ao negócio.
Além da empatia, a colaboração é outro pilar do design thinking que precisa acontecer de forma coletiva. É comum as empresas criarem equipes multidisciplinares para essa abordagem, em que o mais importante é o fluxo e contribuição de ideias para a solução de problemas.
O terceiro pilar é o da experimentação, que coloca o projeto em prática de maneira rápida, como forma de medir os resultados o quanto antes e, se necessário, fazer ajustes. Esses três pilares só comprovam a eficiência do design thinking se aplicados dentro na empresa no dia a dia.
Dessa forma, o design thinking não deve ser usado como um procedimento isolado e pontual. Na verdade, ele precisa fazer parte da cultura organizacional da empresa, de forma que os funcionários abracem a ideia e percebam como eles podem se beneficiar a partir disso. Explicaremos melhor essa relação no tópico sobre vantagens e desvantagens mais abaixo.
Etapas do design thinking
O design thinking não é uma metodologia, mas um cálculo matemático pronto para ser aplicado. Por ser uma abordagem, há variações no seu número de etapas, mas uma estrutura que se baseia no caminho do processo criativo, colaborativo e prático.
Compreensão
Esta é a etapa em que é preciso entender a realidade da empresa, do mercado e do público por meio da empatia. São feitas análises de habilidades e fraquezas, da concorrência e pesquisas de mercado.
Definição
Com os dados da etapa anterior, que mapearam a realidade do negócio, é hora de entender qual é o problema e o que precisa ser feito para solucioná-lo.
Ideação
É o momento de permitir o fluxo de ideias, sem restrições ou medo do que vier. Podem ser ideias de novos produtos ou serviços. Aqui, o design thinking começa a tomar forma, já que o processo criativo tem como base as necessidades e a noção do que o cliente valoriza.
Prototipagem
Depois do brainstorming, uma ou mais ideias recorrentes ou interessantes são escolhidas. Além disso, costuma-se fazer o Minimum Valuable Product (Mínimo Produto Viável), que cria a versão mais simples do produto ou serviço, que pode ser lançado para testes e ter seus efeitos de aceitação ou rejeição avaliados.
Teste
É o momento de experimentar a ideia, levando-a ao mercado. O importante aqui é buscar entender como será o seu desenvolvimento, oferta, percepção e implantação, bem como os resultados gerados para o cliente.
Interação
É a avaliação dos resultados do projeto. Por fim, vale analisar o potencial de melhoria das ideias, envolvendo os clientes, fornecedores e colaboradores.
Vantagens e desvantagens do design thinking
A análise, contribuição para melhorias e experimentação pode fazer parte de um ciclo contínuo e aplicado a diferentes setores da empresa. As vantagens do design thinking se aplicam justamente na possibilidade de estimular a integração de equipes multidisciplinares, atraindo impressões que possam se somar ao negócio.
Da mesma forma, a criação de um produto ou serviço pode inovar na forma como a empresa trabalha. Com isso, é possível abrir caminhos para que ela se expanda no mercado ou até atinja novos segmentos. Por estreitar a rota da ideação à prática, os custos são menores e o investimento acaba sendo muito mais em tempo do que em recursos, inclusive financeiros.
No entanto, se a abordagem não passa a fazer parte da cultura organizacional da empresa, o uso do design thinking pode gerar resultados menos produtivos. Ou seja, é necessário fazer pesquisas e a equipe precisa colaborar de modo mais empático.
Para que a abordagem gere resultados e funcione de forma paralela à rotina da empresa, é importante ter o apoio e mentoria de consultorias especializadas no processo de inovação da empresa, como é o caso da Semente.
Além de ajudar a criar a equipe multidisciplinar, uma consultoria aplica as etapas, envolvendo os funcionários a participarem do design thinking e contribuírem para esse novo formato de trabalho. Além disso, a mentoria capacita aqueles funcionários que poderão conduzir esse mesmo processo em outros departamentos futuramente.
Essa é a solução para a sua empresa?
Antes da primeira etapa de aplicação do design thinking, a empresa precisa estar disposta realizar todo o processo com seriedade. Sair de um processo engessado de criação e modernização pode fazer com que a empresa consiga identificar as demandas atuais do mercado com mais rapidez e eficiência.
A Semente, por exemplo, aplica o design thinking e outras ferramentas no Caminho Empreendedor, uma metodologia que ajuda empresas a inovar em seus negócios.