A startup que desenvolve plataforma de ensino online
Faz algum tempo que conversamos com Miguel Andorffy, da Me Salva, em um webinar para o StartupRS. Hoje a plataforma conta com mais de 90 mil alunos e é exemplo em inovação na educação.
Com a mudança ocorrida nos processos de ensino, por conta do Covid-19, resolvemos resgatar esse papo sobre o case da Me Salva. Aqui conversamos sobre projeto inicial, desafios e dificuldades, MVP, inovação na educação e também sobre alguns dados sobre ensino a distância no Brasil.
Neste post você confere um resumo da nossa conversa.
Uma plataforma que entrega conteúdo de alto desempenho didático para estudantes de ensino médio e superior se transformou no negócio de impacto de Miguel Andorffy, de 25 anos.
A partir de aulas de reforço oferecidas a colegas na faculdade de Engenharia e estudantes do ensino médio, o jovem percebeu uma oportunidade de contribuir para a formação de outros alunos.
“Eu estudava muitos conteúdos de internet, vídeos de Stanford, Harvard e qualquer um dos vídeos que houvesse na internet sobre conteúdos de proporções diferenciais, físicas. Assim eu percebi que poderia gravar alguns vídeos meus, divulgar na internet e, enfim, usar esse conteúdo para complementar as aulas que eu já dava.” Contou Andorffy.
Com o tempo, ele resolveu filmar algumas resoluções de exercício e publicar no Youtube. De forma artesanal, o conteúdo foi ganhando visualizações e conquistando outros jovens estudantes. Essa experiência o levou a ganhar o prêmio “Jovens Inspiradores” em 2012, e de lá pra cá, surgiram outras oportunidades, como a bolsa incentivo que o ajudou a profissionalizar o negócio.
O Me Salva é um projeto de Educação à Distância (EaD), ramo que tem crescido muito nos últimos anos, em razão da praticidade e flexibilidade de horários. Os alunos podem acessar o material no momento em que têm tempo livre ou programado entre as atividades do dia ou da semana.
Segundo dados do Censo da Educação Superior 2018:
“O aumento do número de ingressantes em cursos superiores entre 2017 e 2018 foi ocasionado, exclusivamente, pela modalidade a distância, que teve uma variação positiva de 27,9% entre esses anos, enquanto nos cursos presenciais houve uma variação de -3,7%.
Entre 2008 e 2018, o número de ingressos variou positivamente 10,6% nos cursos de graduação presencial e triplicou (196,6%) nos cursos a distância. Enquanto a participação percentual dos ingressantes em cursos de graduação a distância em 2008 era de 19,8%, essa participação em 2018 foi para quase 40%.”
Mas então qual seria o segredo para o sucesso do Me Salva? A ideia das aulas não é competir com os cursos de graduação, mas sim oferecer um reforço da aprendizagem. Para isso, o processo de produção foi melhorado, mantendo a simplicidade da proposta inicial.
O formato das vídeoaulas é feito com close na mão do professor e uma folha de papel sulfite em branco, no formato ‘de estudante para estudante’, onde são resolvidos exercícios e explicadas matérias, diferente da maioria dos canais que colocam o professor de frente para a câmera, dividindo tela com o conteúdo.
Essa, inclusive, pode ser a fórmula para uma taxa retenção de 60% no vídeo, ou seja, seis a cada dez aulas são assistidas até o final. Esse número é, em média, de 9% no formato EaD em geral.
Fundador e CEO da startup, Miguel Andorffy, credita a grande procura dos estudantes à qualidade do material. “O Me Salva tem quase 200 milhões de aulas assistidas e entre quatro e cinco aulas assistidas por segundo, em número de impacto isso é muito grande. A gente é doente por qualidade de ensino. Os professores passam, em média, três meses numa incubadora aqui dentro, aprendendo, dando workshop sobre ensino online, antes de gravar qualquer vídeo, de desenvolver exercício.” Contou.
O canal oferece conteúdo para estudantes do ensino médio, de pré-vestibular e do ensino superior de engenharia. O acesso funciona como uma espécie de Netflix da Educação, por assinatura mensal a baixo custo e também conta com planos específicos para o ENEM. Mas para chegar a esse formato, a plataforma passou por outras vias, como conta Miguel.
“O modelo de negócio que a gente foi buscando era primeiro tentar vender para as escolas, fazendo um modelo b to c to b, no sentido de a gente entrar com conteúdo gratuito. Começamos com uma plataforma gratuita para o estudante, mas se a escola quisesse usar dentro do ambiente escolar, ela teria que pagar”, explicou.
Segundo ele, essa estratégia começou a gerar muitas dúvidas: “qualquer uma das hipóteses que a gente levantou deu errada. A única coisa que éramos muito bons, era engajar estudante em plataforma aberta. Então, dentro de toda nossa lista de modelo ágil de negócios, a última opção era cobrar do estudante”, relatou.
Quando se fala em inovação na educação, não existe caminho fáil Mesmo depois de alguns anos desenvolvendo hipóteses, errando e acertando, a plataforma cresceu e vive dias de novos desafios. Entre as dificuldades está o próprio formato de compra via cartão de crédito, que limita a atitude do adolescente que precisa de autorização dos pais para adquirir a assinatura.
“Não é o modelo perfeito. Perfeito seria se eu conseguisse vender diretamente para o pai, mas ele não consegue entender, porque na sua época o cursinho era presencial. Temos uma série de desafios, mas fomos as coisas. Conforme o modelo de negócios vai entregando cada vez mais e ele vai sendo mutável. A gente não precisa ter muita preocupação, muita loucura de acertar de primeira. O MVP tem que ir modelando, ir aprendendo.” Contou Andorffy.
O fato é que a plataforma tem mais de 1 milhão de cadastrados, fatura alguns milhões por ano, possui 60 pessoas no time e mais de 200 professores parceiros. “É um modelo que escalou muito. Estamos no segundo round de investimentos. Temos alguns investidores como o IBreaks e alguns fundos americanos. O modelo de negócios é vender planos de estudos e cursos de ensino médio, isso custa entre 9 e 50 reais por mês. Acho conseguimos acertar razoavelmente.” Concluiu.
Miguel Andorffy foi entrevistado em um dos nossas webinar com foco em Startups.
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