Empresas de médio e grande porte, especialmente aquelas que possuem estruturas tradicionais de operação, estão de olho nas possibilidades que os Centros de Inovação podem oferecer para agregar valor às marcas e ampliar perspectivas de mercado.
Não é difícil de entender as razões desse movimento. Inovação deixou de ser apenas uma alternativa de negócio e se tornou aspecto fundamental para todas as empresas. Mas em organizações que atuam com modelos conservadores, incorporar uma cultura que promova inovações mais radicais ou disruptivas pode ser algo bastante desafiador.
Os Centros de Inovação têm potencial para trazer resultados a basicamente todos os segmentos. E os benefícios gerados não se limitam à empresa a qual o centro está vinculado – todo o ecossistema de inovação se fortalece e o impacto alcança a sociedade de forma direta.
Acompanhe este artigo para entender o que é um Centro de Inovação e quais são os componentes básicos que o estruturam. Você terá clareza sobre as vantagens e as diferenças em relação a outros formatos, e também saberá o que precisa fazer para criar um Centro de Inovação Corporativo e fazê-lo funcionar!
O que é um Centro de Inovação
Podemos entender Centro de Inovação como uma comunidade, física ou virtual, direcionada à concepção e ao desenvolvimento de produtos, serviços ou processos inovadores.
Essa comunidade, formada por pessoas de diferentes áreas, funciona a partir de modelos que incentivam a colaboração e a criatividade. Um Centro de Inovação está sustentado no compartilhamento de conhecimento, na tecnologia e no empreendedorismo.
O objetivo central de um Centro de Inovação é gerar e escalar ideias. Para que isso seja possível, um elemento essencial deve ser priorizado: a conexão entre pessoas. Só assim há espaço para que ocorra fluxo de informações e recursos. Ou seja, cria-se um ambiente propício para a inovação acontecer.
Os Centros de Inovação geralmente estão vinculados a organizações públicas ou privadas. Quando são iniciativas governamentais, costumam disponibilizar subsídios para o fortalecimento de empresas situadas em determinada região e, como consequência, movimentar a economia local.
Já os Centros de Inovação Corporativos trabalham orientados pelos desafios das empresas que os criaram. Esse formato, que pode ser entendido como uma prestação de serviços, reduz a interferência de barreiras burocráticas e hierárquicas presentes nas estruturas convencionais. Também permite a formação de equipes entusiastas e a aplicação de metodologias ágeis, o que facilita o processo de inovação.
Diferença entre Centros, Labs e Hubs de Inovação
As nomenclaturas podem confundir, principalmente se parecem fazer referência ao mesmo modelo de trabalho. No caso dos Centros, Labs e Hubs de Inovação, há diferenças que as empresas precisam considerar no momento de decidir o que faz mais sentido dentro de cada realidade.
Confira a seguir quais são as características que definem os Labs e Hubs de inovação e saiba como diferenciá-los dos Centros de Inovação.
Labs de Inovação
Os Laboratórios de Inovação, também conhecidos como Labs, são espaços criados dentro das empresas para oferecer condições favoráveis a cocriação de produtos, serviços e processos.
As empresas apostam nos Labs para permitir a experimentação de novas soluções com agilidade. Em alguns casos, o trabalho de inovação é direcionado a uma temática específica, como transformação digital.
Uma das principais vantagens do Lab é a possibilidade de envolver colaboradores internos de diversos setores, promovendo a cultura da inovação dentro da empresa, e a imersão completa no negócio.
Alguns exemplos de Labs são o Laboratório de Inovação Social da Natura, o CianetLabs e o Luizalabs, do Magazine Luiza.
Hubs de Inovação
Os Hubs de Inovação são iniciativas que visam impulsionar o ecossistema, estimulando negócios e parcerias.
Diferente dos Labs, que integram a estrutura de uma única organização, os Hubs são marcados pela participação de diversas empresas, especialmente startups. Também há envolvimento de outros agentes, como universidades e instituições públicas.
Uma das particularidades dos Hubs são os espaços de coworking, que oferecem estrutura física para atuação das empresas, além de serviços como incubação e mentoria. Isso faz com que os Hubs tenham fonte de receita própria.
No Brasil, Cubo e InovaBra são hubs conhecidos em nível nacional, mas também há muitos outros com outros com atuação regionalizada.
Como criar um centro de inovação
Agora que você já sabe quais são os formatos mais comuns de inovação para empresas, vamos nos concentrar nos pilares principais que estruturam os Centros de Inovação Corporativos.
Você vai conhecer a metodologia desenvolvida pela Semente Negócios, focada em grandes empresas que já possuem estratégia de inovação e desejam alavancar resultados.
Nesse método, são contemplados três blocos de ações para criação do centro de inovação: estratégia, governança e operação. Cada bloco possui alguns pontos de atenção e, em conjunto, eles garantem a sustentabilidade do centro.
Veja abaixo o que precisa ser feito em todas as etapas, seguindo a ordem de prioridade para execução.
Revisão da estratégia da empresa
Como o Centro de Inovação terá ligação direta com uma empresa, é preciso identificar qual valor esse espaço deve gerar para o negócio.
Por isso, existe uma etapa anterior à criação do Centro que tem grande importância: revisão da estratégia da empresa.
É nesse processo que os gestores terão clareza sobre o propósito da inovação no contexto específico do negócio e terão condições de apontar os objetivos prioritários do Centro. É a base que guiará todas as decisões seguintes.
Inovação é um campo muito amplo e essa etapa contribui para a especificação do trabalho. Assim, as atividades do centro estarão alinhadas às demandas da organização, o que se refletirá em resultados mais assertivos.
Tese de Inovação e programas
Com a estratégia da empresa em mente, a próxima etapa é elaborar a Tese de Inovação, um documento que formaliza quais serão os objetivos e as ambições do Centro.
A Tese de Inovação pode ser compartilhada com toda a empresa ou com o grupo de pessoas que, de fato, estará envolvido com o Centro. Essas orientações conduzirão os esforços da equipe e serão úteis para manter a convergência das ações, mesmo com a autogestão dos times no dia a dia.
Na metodologia da Semente, a Tese de Inovação do Centro deve analisar qual o impacto que o trabalho terá em 3 eixos principais: nas pessoas, na própria organização e na comunidade em que está inserida.
O estabelecimento dos programas de inovação deve acontecer logo em seguida. É a definição de quais iniciativas o Centro desenvolverá para alcançar os objetivos da Tese de Inovação. São as frentes de atuação, em caráter mais prático.
Indicadores de desempenho
Espaços de inovação necessitam de indicadores de desempenho específicos, já que os tradicionais não costumam ser suficientes para dar conta de mensurar o impacto das ações.
São dois tipos de indicadores que devem integrar os mecanismos de avaliação de desempenho. O primeiro são os indicadores globais, que verificam se os investimentos em inovação estão se convertendo nos objetivos do centro.
Já o segundo conjunto de métricas são de governança e tem como foco a análise da efetividade dos programas de inovação em andamento.
Mapa de influência
Nessa etapa, são mapeados os níveis de influência e entusiasmo de diferentes pessoas em relação ao Centro de Inovação.
Uma pessoa pode ser considerada relevante para o Centro porque é potencial fonte de informações, por exercer posição de liderança no segmento ou pela função a que está atrelada no próprio negócio.
Em um cenário ideal, pessoas com alta influência e alto grau de engajamento devem participar ativamente da estruturação do Centro de Inovação, em especial no direcionamento estratégico.
Governança de inovação
Essa é a etapa em que a estrutura de funcionamento do Centro de Inovação ganha forma. Embora a governança de um espaço como esse seja mais flexível do que os formatos tradicionais, o fluxo de articulação e tomada de decisão precisa ser transparente.
Por meio do sistema de governança, os integrantes do Centro sabem as suas funções e responsabilidades – entendendo como as partes se relacionam para que o trabalho conjunto ocorra com eficiência.
A estrutura de governança precisa esclarecer três tópicos:
Fontes de financiamento
Viabilizar a operacionalização de um Centro de Inovação só é possível com a garantia de recursos financeiros. Existem algumas possibilidades de fontes de investimento – em geral, as empresas optam por aplicar recursos próprios nos Cnetros, principalmente nos primeiros anos.
Mas algumas estruturas jurídicas permitem a captação de recursos de outras fontes ou, ainda, a concessão de incentivos fiscais.
A Lei nº 11.1196/2005, conhecida como Lei do Bem, concede benefícios a empresas brasileiras que investem em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Outros documentos regulatórios, como o Marco Legal das Startups (Lei nº 182/2021) e Marco Legal da Inovação (Lei nº 13.243/2016) também tratam de estímulo à inovação no país e merecem ser analisados.
Os órgãos de fomento também são uma alternativa para obtenção de recursos, geralmente por meio de editais e linhas de financiamento direcionadas a projetos de inovação. Alguns exemplos de entidades são o BNDES e a FINEP, em âmbito nacional, e as Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais, como a FAPESP (São Paulo) e a FAPERGS (Rio Grande do Sul).
Diretrizes de operação
Nesse momento, o grupo de influência decide como organizará o dia a dia do Centro de Inovação. Um dos tópicos que precisam ser debatidos é se a operação será física, digital ou uma união dos dois formatos – chamado de “figital”.
Também deve ser definido como será coordenado o trabalho da equipe. Um modelo comum em Centros de Inovação é a gestão por squad, que aloca os profissionais em times multidisciplinares ligados aos programas. Cada time possui objetivos específicos para cumprir e tem autonomia de gerência interna.
Detalhamento das ações
A última etapa se refere ao planejamento das ações do Centro, considerando o que estipula a Tese de Inovação e os programas estabelecidos previamente.
Toda a equipe se envolve na criação de um panorama didático das atividades, incluindo prazos, público-alvo, pessoas responsáveis e investimentos necessários. Esse detalhamento permite uma visualização geral do que precisa ser feito, visando a produtividade e a eficácia do Centro de Inovação.
Com esse roadmap, os times podem determinar pequenas metas ao longo do caminho e buscar a melhor forma de alcançá-las.
Inovação com a Semente Negócios
Todas essas fases do processo de criação de um Centro de Inovação Corporativo são importantes para aumentar as chances de sucesso da iniciativa.
As empresas que apostam nesse modelo inserem no negócio uma perspectiva de inovação ambidestra, equilibrando a eficiência operacional sem perder de vista as atualizações que a mantém competitiva.
Gerar e compartilhar valor faz parte da realidade atual e, certamente, continuará como parte das tendências futuras. Não é à toa que a cultura da inovação, aberta a riscos e novas ideias, está cada vez mais disseminada.
Referência na implementação de Centros de Inovação Corporativos, a Semente Negócios aplica uma metodologia que sistematiza o processo e se adapta ao contexto de diferentes negócios. Um trabalho que está em constante aprimoramento a partir de pesquisa, experiência e benchmarking.
Empresas como Natura, Cianet, Senac, Softplan, Florense e BB Seguros já apostaram na metodologia da Semente.
Conheça os serviços de inovação da Semente Negócios e aumente o impacto do seu negócio!
1 comentário em “Como criar um Centro de Inovação Corporativo: tudo que você precisa saber”
Parabéns pelo conteúdo!