Neste artigo, discutimos a importância da inteligência emocional para mulheres empreendedoras no contexto brasileiro, pilares e os principais desafios. Também listamos algumas maneiras pelas quais a inteligência emocional pode ser vantajosa para os negócios.
A inteligência emocional é uma habilidade fundamental para as mulheres empreendedoras. Capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções e de pessoas ao redor, essa habilidade bebe ainda de outras fontes, como autoconsciência e autogestão emocional, empatia e processos sociais importantes, como a comunicação.
Pessoas que possuem um grau elevado de inteligência emocional são capazes de lidar com situações difíceis, tomar decisões informadas e construir relacionamentos saudáveis e produtivos. Para as mulheres empreendedoras, a habilidade permite que gerenciem as emoções e os desafios que surgem ao longo do caminho de criação e desenvolvimento de um negócio, por exemplo, podendo ajudar você em muitas situações. Leia o artigo completo e saiba mais.
O que é inteligência emocional?
Inteligência emocional é a capacidade de monitorar os seus próprios sentimentos e emoções, bem como de outras pessoas, discerni-los e usar essas informações para guiar pensamentos e ações. O conceito foi estabelecido pelo psicólogo e escritor Daniel Goleman em seu livro Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Desde então, o conceito de inteligência emocional se tornou amplamente conhecido e influente em campos como psicologia, educação e no empreendedorismo.
Dentro do contexto de mulheres empreendedoras, essa habilidade se aplica de forma agridoce. Vamos lá: você muito provavelmente entende que o empreendedorismo pode ser um caminho difícil e bastante desafiador – principalmente se você for uma mulher. Isso porque, diferente dos homens, retratados como empresários do ano por revistas, jornais e telenovelas, as mulheres empreendedoras, líderes e empresárias, por vezes contam com estruturas sociais e culturais (falando também de empresas) engessadas e patriarcais.
Nesse sentido, buscar entender quem somos para oferecer o nosso melhor é primordial para seguir motivada em relação às ações que executamos. Não é algo simples e muito menos rápido, mas um processo de aprimoramento constante. Todavia, é libertador ter consciência dos pensamentos, atitudes e crenças que envolvem nossas emoções e como isso afeta nosso desenvolvimento pessoal e dos nossos negócios. E, convenhamos, ser empreendedora no contexto brasileiro não é tarefa fácil! Por isso a importância da inteligência emocional. Mas antes de seguirmos adiante, um breve contexto das mulheres empreendedoras no Brasil – continue com a leitura!
Inteligência emocional no contexto do empreendedorismo feminino brasileiro
O desenvolvimento da inteligência emocional é fundamental para mulheres empreendedoras, sobretudo no contexto brasileiro. No segundo trimestre de 2022, o número de mulheres empreendedoras bateu recorde no país, totalizando 10.344.858 mulheres – os dados são de um estudo feito pelo Sebrae, a partir de uma amostragem do IBGE. Como resultado, o Brasil ocupa hoje o 7º lugar no ranking mundial de países com o maior número de mulheres empreendedoras. Destas, 55% criam seus negócios como forma de sobrevivência.
Ou seja, o empreendedorismo feminino é uma necessidade, muito devido aos desafios que são encontrados no mercado de trabalho. São exemplos a falta de equidade salarial entre homens e mulheres, poucas oportunidades de liderança e dificuldade de conciliar trabalho e família. Por isso, muitas mulheres investem no empreendedorismo, especialmente após se tornarem mães, e têm na inteligência emocional uma forma de ampliar suas habilidades de forma mais eficaz.
5 pilares para a inteligência emocional
Existem 5 pilares para a inteligência emocional, sendo eles:
- Autoconhecimento
- Controle emocional
- Automotivação
- Empatia
- Saber se relacionar
Todos estes pontos são interdependentes. Primeiro, porque é importante reconhecer e compreender as próprias emoções e como elas afetam o comportamento (autoconhecimento). E isso diz muito do lugar da empreendedora, que precisa ser capaz de entender suas emoções para tomar decisões eficazes e lidar com situações das mais variadas. O que nos leva ao controle emocional. Em outros termos, a capacidade de lidar com emoções negativas, como ansiedade e medo do fracasso, a fim de reverter tal processo e tomar rumos mais produtivos.
Sobre o terceiro pilar, a automotivação, está ligada a motivação – e gosto muito da analogia para a palavra que é motivo-para-a-ação, pois não estamos o tempo todo motivadas. É necessário que algo parta de dentro e se transforme em um motivo para realizar determinada ação. Mulheres empreendedoras precisam ter uma visão clara do seus objetivos finais e serem (e seguirem) motivadas a trabalhar entregando o melhor de si, principalmente se conectada a outras mulheres ou a uma comunidade empreendedora.
Já a empatia é a capacidade de compreender as necessidades dos outros. Essa habilidade diz muito sobre treinar o olhar por uma perspectiva que normalmente não é a nossa, em um treinamento diário. Isso muda a forma como encaramos as realidades e, se realizada de maneira adequada, pode abrir muitas portas e melhorar relacionamentos – o que nos leva diretamente ao nosso último ponto, o saber se relacionar.
Estamos neste mundo para nos relacionar e nos conectar com as outras pessoas. Não gostamos de viver sozinhas ou isoladas, por isso é importante que saibamos nos relacionar com quem está à nossa volta, tentando co-criar um ambiente muito melhor e nos esforçando para contagiar quem soma ao nosso caminho.
A importância da inteligência emocional para empreendedoras
Fomentar a inteligência emocional em mulheres empreendedoras é fundamental porque nos ajuda a lidar com as emoções que estão diretamente relacionadas aos acontecimentos. Quando damos atenção ao nosso desenvolvimento pessoal, aprendemos a identificar o nosso limite, o que fazemos bem ou precisamos aprimorar, e o que temos ou não controle sobre. Isso ajuda também no desenvolvimento de negócios e impulsiona a empreendedora a ir cada vez mais longe. Veja como a seguir!
Empoderar-se como estratégia
Muitas das mulheres que passam pelos programas de empreendedorismo feminino da Semente, por exemplo, começam o processo afirmando que não se sentem empreendedoras. Elas relatam que estão ali para ter um dinheiro extra ou uma outra atividade para exercer, mas raramente se dizem (e se enxergam) empreendedoras. E esse é um grande passo da inteligência emocional: quando as mulheres são capazes de se empoderar enquanto empreendedoras e donas de negócio. É quando elas começam a se ver e a se portar com mais propriedade em relação ao seu eu-empreendedor, impactando positivamente na forma como lidam com seus negócios, sonhos e enfrentam os seus medos.
Ampliação da aprendizagem empreendedora
No processo de desenvolvimento da inteligência emocional também é possível descobrir quais são os pontos fortes e pontos que necessitam de atenção relacionados ao empreendedorismo. E isso pode ser libertador porque dá a oportunidade de explorar ainda mais os seus pontos fortes no processo de desenvolvimento, bem como os pontos que necessitam de melhoria para que se desenvolva enquanto mulher e empreendedora.
Negociação com clientes e fornecedores
O processo de inteligência emocional é tão potente que trás à mulher empreendedora clareza de seu processo pessoal e do negócio, o que amplia a capacidade de atração de clientes e negociação com fornecedores. Com autoconhecimento, é possível um melhor diálogo, e isso nos possibilita conectar com mais pessoas que podem ser novos clientes ou possíveis fornecedores.
Do mesmo modo, a automotivação te faz visualizar o porquê da conversa com o possível cliente ou fornecedor, e torna mais claro o diálogo para ambos os lados, tornando muito mais fácil o relacionamento nos campos do empreendedorismo.
Principais desafios envolvendo a inteligência emocional hoje
A inteligência emocional nos ajuda também a lidar com a sociedade patriarcal que insiste em desacreditar no poder e competência feminina. As mulheres possuem em média 8 anos de estudo, enquanto a média dos homens é de 7,7 anos e, mesmo assim, elas continuam ganhando em média 25% a menos que os homens ocupando os mesmos cargos (os dados são do PNUD).
Para além disso, a sociedade está acostumada a relacionar a mulher à economia do cuidado, que é quando somos desde novas ensinadas que devemos dedicar o nosso tempo aos cuidados das crianças, pessoas idosas ou necessitadas. Por isso, precisamos estar atentas a nossa inteligência emocional para que não nos sintamos diminuídas ou deixemos de acreditar em nossa capacidade.
É tão comum que isso aconteça que não nos sentimos suficientes em nada do que fazemos – e estamos sempre em busca de aprender ou desenvolver cada vez mais habilidades para sentirmos que somos empreendedoras ou líderes de negócios.
Estar o tempo todo atenta aos empecilhos que é ser mulher na sociedade patriarcal pode ser prejudicial à saúde emocional. Por isso, é muito importante construirmos bons relacionamentos e nos fortalecermos enquanto mulheres, estarmos em grupo de mulheres que tenham o mesmo foco e objetivo, trocar informações a fim de criarmos, juntas, um novo patamar para mulheres. É aqui que nos unimos para ampliar a nossa aprendizagem empreendedora e de líder para revisitar o patriarcado!
Como aliar inteligência emocional à inovação para mulheres?
Na Semente Negócios, os programas de inovação e empreendedorismo feminino são desenhados por e para mulheres, com um olhar sempre atento às especificidades do que é ser mulher hoje. Nossa metodologia de empreendedorismo feminino se volta para o desenvolvimento da mulher líder, inovadora e que causa impacto na sociedade. Com a Semente, você poderá desenvolver ou financiar o desenvolvimento de competências empreendedoras, habilidades pessoais relacionadas aos empreendedorismo e a liderança de mulheres dos mais diferentes perfis e estágios de maturidade.
Conheça mais sobre os serviços em inovação e empreendedorismo feminino da Semente Negócios e saiba como podemos, juntas, melhorar o mundo em que vivemos de maneira eficaz e sustentável.
